DA REDAÇÃO
A deputada federal eleita pelo PRB, Aline Gurgel; e a estadual eleita pelo PPL, Aldilene Souza, estão sendo processadas por compra de votos nas eleições deste ano. As ações por abuso de poder econômico foram ajuizadas nesta terça-feira (11) pelo Ministério Público Eleitoral.
As duas foram alvos do cumprimento de mandados de busca e apreensão na semana passada e tiveram os celulares apreendidos. Durante o primeiro turno, uma assessora de Aldilene chegou a ser presa. Segundo o MP Eleitoral, a Polícia Federal analisou áudios e conversas que demonstraram a “utilização de dinheiro e de itens como botijões de gás e medicamentos para a prática do ilícito eleitoral”.
Aline Gurgel teria comprado votos usando dinheiro, e o marido dela, o empresário Hildegard Gurgel, teria participado efetivamente do esquema dirigindo as ações executadas por cabos eleitorais.
As candidatas também teriam contratado, no dia da eleição, veículos para transportar eleitores, o que é crime eleitoral. O MP citou uma mensagem de um cabo eleitoral de Aline Gurgel.
A pessoa diz que conseguiu 5 táxis e 3 mototáxis para transportar eleitores até os locais de votação para que ela fosse a deputada mais votada, enfatizando que as pessoas nunca deixariam de votar por falta de carro.
Aldilene
As denúncias enviadas à Justiça Eleitoral também possuem fotos, conversas e áudios gravados no celular de um cabo eleitoral de Aldilene Souza indicando doações de botijões de gás, entrega de legumes e verduras, além da marcação de consultas e exames.
Num dos áudios, o cabo eleitoral afirma que Aldilene será bem recompensada, pois teriam sido entregues 60 botijões de gás e que “todo mundo (está) alegre. (…) Isso vai ajudar no nosso trabalho…muito voto”!
Em outro áudio contido na denúncia, o mesmo cabo eleitoral repreende colegas para serem mais discretas na hora de fazer as doações.
“Isso é crime eleitoral pessoal… se me pegarem em flagrante com esse gás eu vou ser preso e vou prejudicar minhas candidatas ainda, tá entendendo?”
Além das duas deputadas, foram denunciados três cabos eleitorais e o empresário Hildegard Gurgel. Se foram condenadas, a deputadas podem perder os diplomas e ainda ter os direitos políticos suspensos por 8 anos.