ANDRÉ SILVA
“A prevenção ajuda muito na cura. O câncer apareceu nos dois anos que eu não me preveni”. O depoimento emocionado é de dona Irene Santana da Silva, de 52 anos. Ela foi uma das muitas mulheres que lutam contra a doença no Amapá, e que acompanharam de perto a inauguração do Hospital de Amor, na manhã deste sábado (15), na zona norte de Macapá. A unidade pertence ao Hospital do Câncer de Barretos (SP), e vai funcionar com 100% de atendimento gratuito.
A personagem que abriu a matéria tem dois filhos e quatro netos, e descobriu a doença em 2015. Irene Santana lembrou que naquele ano estava com uma hemorragia muito séria. Tentou fazer o exame Papa Nicolau, mas não foi possível por conta do sangramento.
Após vários exames, entre eles a biópsia, a doença foi descoberta, no colo do útero.
“Procurei o Ijoma, fui encaminhada para a Unacom e depois para o Hospital de Barretos. Depois de 5 quimioterapias, 26 sessões de radioterapia, usei fraldão porque sangrava muito. Usei bolsa, sonda. E agora estou fazendo o acompanhamento para que o câncer continue controlado”, comentou a sobrevivente Irene.
Governador Waldez Góes e prefeito de Macapá, Clécio Luis descerram a placa com o presidente do hospital, Henrique Prata. Fotos: André Silva
Cerimônia ocorreu no saguão do hospital
Gerente de hospitais da rede, Rafael Júnior: atendimento integrado com unidades básicas
A nona unidade do hospital no país foi construída no Amapá justamente para que casos como o dela não se repitam mais. Ou seja, casos em que o câncer demora a ser detectado com os exames convencionais da rede pública, o que ainda atrasa bastante o início do tratamento.
A obra custou R$ 25 milhões, sendo R$ 22 milhões da bancada federal do Amapá, e R$ 3 milhões do Governo do Estado, que também doou a área que antes pertenciam à Secretaria de Patrimônio da União (SPU). Só depois de articulação da bancada e do governo é que o terreno foi repassado, com quase 1 ano de atraso.
Atendimento integrado
O gerente de implantação das unidades do hospital pelo país, Rafael Júnior, disse que o serviço de atendimento será integrado com as unidades básicas de saúde e hospitais dos municípios.
Obra custou R$ 25 milhões
Mamografia
Sala de ultrassonografia
Leitos de observação
A unidade terá 45 profissionais, entre médicos, enfermeiros e técnicos administrativos. Serão atendidas mulheres de 40 a 60 anos para exames de mamografia, e de Papa Nicolau em mulheres de 25 a 64 anos.
“Não precisa ter o encaminhamento, mas teremos uma determinação: essas mulheres precisam ter os documentos pessoais e o cartão SUS”, explicou Júnior.
O Hospital do Amor fica localizado na Rodovia Norte Sul, próximo ao Ministério do Trabalho na zona norte de Macapá. Segundo a administração, o atendimento começará em fevereiro de 2019.
Irene teve sangramento e demorou a ter o diagnóstico