SELES NAFES
O ex-presidente do Partido dos Trabalhadores no Amapá, Joel Banha, quebrou o silêncio após sua expulsão da legenda depois de 32 anos de filiação, decidida no último dia 17. Ele disse ser alvo de vingança, e que vai recorrer à executiva nacional do partido antes de judicializar.
Em nota, e depois em entrevista ao Portal SelesNafes.Com e Tribuna da Cidade, ele usou um tom bastante moderado ao rebater acusações de desvio, e ao avaliar que ainda não se considera desfiliado, já que terá recursos administrativos pela frente. Além disso, ele revelou ter descoberto somente ontem porque o registro partidário do PT foi suspenso.
“Estavam pagando o parcelamento de dívida do fundo partidário com recurso do próprio fundo partidário, quando existem recursos em outras contas do PT”, enfatizou criticando a atual direção do partido, conduzida por Antônio Nogueira.
Banha se referiu ao parcelamento da dívida do PT com o fundo partidário referente ao exercício de 2015, que ele admite só ter prestado conta em junho de 2016. O fundo partidário, assim como fundo eleitoral, é composto de recursos do Tesouro Nacional, portanto públicos.
O improvável aconteceu
Ele alegou que as finanças do partido ficaram desorganizadas após o falecimento do tesoureiro e, logo em seguida, da secretária do tesoureiro, outra pessoa que concentrava o gerenciamento dos recursos.
Com o registro suspenso, todas as candidaturas do PT foram consideradas irregulares pela Justiça Eleitoral, o que tirou do páreo o candidato a vice-governador pelo PT, Marcos Roberto Marques. Joel Banha criticou um suposto julgamento prévio, bem antes da apresentação da defesa dele no processo interno do PT.
“Apresentei a defesa prévia no partido, refutando todos os questionamentos que foram feitos por dirigentes partidários, assim como protocolei documentos com 390 páginas, contendo comprovantes de notas fiscais e contratos que foram realizados no ano de 2015”.
Ele reclamou de ter sido o único a ser incluído no processo, já que as contas são fiscalizadas por um conselho fiscal do próprio partido, que também possui um secretário de finanças.
Para o ex-presidente, a decisão por 18 votos a 16 pela expulsão tem “cheiro de vingança e retaliação” em função de conflitos antigos dentro da legenda.