Por DA REDAÇÃO
Representantes de órgãos de fiscalização subordinados ao governo do Amapá se reuniram em Macapá, nesta terça-feira (29), para discutir meios de auxiliar o governo federal na averiguação das condições das barragens de rejeitos de mineração.
A fiscalização, em nível nacional, é papel da Agência Nacional de Mineração (ANM), o antigo DNPM, e da Agência Nacional de Águas (ANA). A Defesa Civil do Estado anunciou que irá solicitar às empresas a apresentação dos planos de emergência.
Os números totais ainda não foram fechados, mas o Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial (Imap) estima que existam 35 barragens no Amapá, sendo 90% delas de rejeitos, incluindo algumas em situação clandestina. Outras fazem parte de conjuntos de hidrelétricas.
A ideia é concluir um relatório com esse panorama e encaminhar para os órgãos federais ainda esta semana. O novo presidente do Imap, Julhiano Avelar, informou que o primeiro monitoramento precisa ser das próprias empresas responsáveis pela atividade mineral, e a fiscalização pelos órgãos federais, mas que o Estado também poderá ajudar.
“Os órgãos federais atuam na fiscalização e, os estaduais, no acompanhamento e no suporte necessário, quando são acionados”, complementou Avelar.
Esta semana, o ex-presidente da ANM, geólogo Antônio Feijão, revelou que a barragem da Anglo American deixada para a Zamin, no município de Pedra Branca do Amapari, a 180 quilômetros de Macapá, estaria abandonada com pelo menos 18 milhões de metros cúbicos de lama com rejeito de minério de ferro.
Um rompimento, como ocorreu em Brumadinho (MG), poderia atingir em poucos dias o Rio Araguari, depois de passar pelo Rio Amapari. Além da barragem da Anglo/Zamim, existe também a barragem de rejeito do Garimpo do Lourenço (foto de capa), no município de Calçoene.