Por SELES NAFES
Considerado imbatível até a semana passada, o atual presidente da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) e candidato à reeleição, Kaká Barbosa (PR), começou a enxergar um rival de envergadura no retrovisor. Literalmente. Trata-se do deputado Antônio Furlan (PTB), de 45 anos, médico cardiologista que irá iniciar o terceiro mandato como parlamentar.
Furlan faz as contas e diz que em apenas dois dias de articulação, com apoio do senador Lucas Barreto (PTB), conseguiu o apoio de 9 deputados, incluindo os sete necessários para disputar os cargos da mesa diretora.
Entre os aliados estão a novata Telma Nery (DEM), e os veteranos Júnior Favacho (DEM) e Jaci Amanajás (MDB), ambos ex-presidentes da Assembleia Legislativa do Amapá.
A eleição não deverá ocorrer como de praxe no dia seguinte à posse dos eleitos em outubro, que este ano será no dia 1º de fevereiro. O mais provável é que seja marcada para o dia 4 ou 5 de fevereiro.
O Portal SN conversou com o deputado Antônio Furlan na tarde desta segunda-feira (28).
Como surgiu essa candidatura?
Fui procurado por um grupo. É uma candidatura que vem de um grupo que não é a maioria, mas entende que é salutar que exista uma disputa, que tenham duas chapas. A minha preocupação era construir uma chapa, e já temos uma completa, além de mais dois nomes. Se fosse hoje seria 15 a 9 (votos), mas só comecei a trabalhar de ontem para hoje. Vou falar com cada um dos colegas para discutir o que é melhor para a Assembleia.
Se for eleito, o que você pretende fazer como presidente?
Acabar com a reeleição para presidente e criar a emenda impositiva, como fazem os deputados federais.
Porque acabar com a reeleição?
Isso é essencial para encerrar a perpetuação dos grupos de poder e o caciquismo. E vamos trabalhar para a data da eleição ser apenas uma (as eleições têm sido antecipadas nos últimos anos).
Você é a favor da redução do orçamento da Assembleia (R$ 177 milhões para 2019)?
Sou a favor do orçamento impositivo, de um orçamento mais inteligente. Se cada deputado indicar no fim do ano R$ 1 milhão em emendas, serão R$ 24 milhões por ano e R$ 92 milhões ao final de quatro anos que serão colocados em obras e serviços no Estado. Isso é uma forma inteligente de usar o orçamento.
Tem que previsão legal para isso?
É só votar o projeto de lei de minha autoria que está engavetado desde 2015.
A eleição de um novo presidente faria parte de um pacote de recuperação da imagem do Legislativo?
Eu não quero jogar pedra em ninguém. (…) Estou me colocando como um candidato que postula de forma legítima o seu nome à presidência. É uma candidatura que não nasceu da minha vontade pessoal.
Você pode citar alguns deputados que estão nesse projeto da sua candidatura?
Além de mim tem a Telma Nery, Victor Amoras (Rede), Diogo Sênior (PMB), Jaci Amanajás.