SELES NAFES
Como único remanescente da mesa diretora, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) se prepara para presidir as duas principais sessões deste início de legislatura: a posse dos senadores e a eleição para a presidência do Senado, processo em que ele disputará com chances reais de vencer.
O oponente a ser batido é o senador alagoano Renan Calheiros (MDB), que já foi presidente do Senado por quatro vezes e tenta o quinto mandato em quase 30 anos de Casa.
Desgastado por 14 ações penais, Renan também não conta desta vez com os votos de antigos aliados porque estes não conseguiram a reeleição. A renovação foi tamanha que atingiu toda a mesa diretora do Senado, restando apenas Davi Alcolumbre que era terceiro suplente de secretário.
Para criar fatos, Renan tem usado bastante as redes sociais para disparar contra adversários, e articulado intensamente nos bastidores para ter o apoio necessário entre os 81 senadores. Além disso, ele teria sido o responsável pela informação divulgada por parte da imprensa de que Davi precisaria primeiro de pareceres jurídicos para presidir as duas sessões.
O senador do Amapá, no entanto, tem esclarecido que o Capítulo III do Regimento Interno, que trata das reuniões preparatórias, determina que a sessão será presidida pela mesa anterior, excluídos os que não conseguiram a renovação do mandato.
Davi tem a simpatia do Planalto e aliados nas mais diversas correntes ideológicas. Um desses exemplos é o bloco de 11 senadores liderados por Randolfe Rodrigues (Rede). Lucas Barreto (PTB-AP) também já declarou voto no senador. A votação, no entanto, será secreta por determinação do STF.
Foto de capa: André Silva/Arquivo SN