Por RODRIGO INDINHO
Vizinhos da idosa que esfaqueou o neto esta semana na “Ponte da Amizade”, no Bairro Jardim Marco Zero, relataram histórico de violência entre os dois. O Portal SelesNafes.com esteve no local e conversou com pessoas que não serão identificadas, mas que já presenciaram diversas cenas envolvendo os dois.
De acordo com os moradores, Railanderson da Paixão Batista, de 22 anos, e Raimunda Oliveira da Paixão, de 80 anos, moram em apartamentos separados, em uma vila de quitinetes na área de ressaca. O rapaz reside há cerca dois meses no imóvel e a idosa chegou há pouco mais de duas semanas.
Uma vizinha que mora no local há mais de uma década informou que eles sempre moraram próximos um do outro no mesmo bairro, mas nunca se deram bem. Ela conta que o rapaz tem constantes surtos e que a idosa também mostra ter um certo distúrbio.
“Sei que ele tem sim problema mental, pois já presenciei diversos surtos. E nesses surtos ele discute com ela e ele fica agressivo e só faltam se matar. Dessa vez ela o acusou de ter roubado R$ 150 e foi cobrar e rolou toda essa confusão”, disse.
“Ela [Raimunda] não gosta de crianças. Não tenho certeza, mas já ouvi dizer que ela já o agrediu outras vezes e agrediu outras pessoas também. Alguns momentos ela aparenta ter descontrole e vive discutindo com ele e com as crianças da ponte”, acrescentou a vizinha.
Outra moradora relata que, mesmo com distúrbio, Railanderson busca ser sempre prestativo com a avó e com a comunidade. A testemunha diz que medidas precisam ser tomadas.
“Quando pode, ele ajuda todo mundo aqui na ponte, inclusive eu quando estava doente. Até me acompanhou no hospital. E outra, ninguém cuida dela a não ser ele. Já vi também ela xingar todo mundo na ponte, vive estressada e brava, aí ele tem esses ataques e chega a agredir ela. Alguém tem que fazer algo pelos dois se não acontecerá o pior”, opinou a moradora.
Os vizinhos informaram ainda não ter conhecimento sobre Railanderson da Paixão ser usuário de drogas.
“O que sei dele já falei. Sobre ela, há quem diga que seja uma vovó do crime e que só nos enganamos com a aparência dela. Fico até com receio com meus filhos”, finalizou a moradora.
A reportagem esteve na vila na busca de ouvir as duas partes. Railanderson não estava. Raimunda lavava louças e não quis se pronunciar sobre o caso. A Polícia Civil investiga o caso.
Não há a confirmação também de que avó e neto recebam qualquer tipo de acompanhamento do poder público para o tratamento de transtornos mentais.