De Santana, LEONARDO MELO
Quem mora ao lado, ou até no mesmo quarteirão de lojas de conveniências em Santana, cidade a 17 km de Macapá, não aguenta mais as noites em claro com direito a algazarra e música alta, entre outras cenas.
Durante as madrugadas, até no meio da semana, dezenas de pessoas se aglomeram para consumir bebida alcoólica, rotina que já foi batizada como “fim de festa”. É nessa hora que entram o consumo de drogas, sexo explícito e violência. Um dos casos terminou em homicídio.
O funcionário público Diogo Ramalho, vizinho de uma (in) conveniência que funciona todas as noites e madrugadas na Rua Salvador Diniz, no Centro, conta que sua família sofre durante a madrugada inteira, de quarta-feira até sábado.
Ele relata que os carros param e aumentam o volume do som. Também há muita gritaria com palavrões. Ainda de acordo com Diogo, há 1 ano uma comissão de moradores luta para frear essa situação e já procurou diversas autoridades santanenses.
“Há um ano nós estamos lutando no Ministério Público do Estado, na Prefeitura e no quartel da (Polícia) Ambiental sobre o funcionamento desses locais. Esse ano a Prefeitura não liberou os alvarás para ele (vizinho), mas mesmo assim estão funcionando porque foi uma recomendação do Ministério Público”, disse.
No último sábado (23), uma jovem de 22 anos foi assassinada em frente a outra loja que funciona durante as madrugadas em Santana. Shirlley Lopes dos Santos morreu com um tiro na cabeça. Até o momento, a polícia ainda não desvendou o caso.
A vítima e amigos estavam consumindo bebida comprada no estabelecimento. Por coincidência, no mesmo dia Diogo Ramalho tinha protocolado um oficio no Ministério Público avisando que algo mais grave poderia ocorrer. O documento pede providências mais eficazes.
“O que não pode é ficar assim. Mas sabemos que a responsabilidade maior é da prefeitura que precisa cobrar os alvarás e fiscalizar. E o que queremos é que mude o horário de funcionamento desses lugares”, concluiu.