INFORMATIVO
Na luta diária para manter o ambiente hospitalar o mais livre possível de bactérias e germes, a higienização perfeita é essencial nas roupas de cama, camisolas e uniformes usados pelas equipes médicas. No Amapá, esse complexo trabalho é feito pela Grifort, empresa que modernizou o processo de esterilização a um nível que recuperou a confiança de pacientes e profissionais em quase duas décadas de serviços prestados.
A empresa, que tem matriz em Cuiabá (MT), cuida de todas as roupas do serviço de hotelaria da rede hospitalar do Amapá, que inclui:
Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal)
Hospital da Criança e do Adolescente (HCA)
Hospital de Emergência de Macapá (HE)
Hospital da Mulher Mãe Luzia
UPA da Zona Sul
Hospital de Emergência de Santana
Hospital de Oiapoque
Hospital de Laranjal do Jari
Há 18 anos, quando a Grifort foi contratada pela primeira vez pelo governo do Estado, foi necessário destruir a precária lavanderia atrás do Hcal e construir tudo do zero, desta vez com equipes treinadas para operar os mais modernos equipamentos de esterilização de tecidos.
Hoje, esse trabalho é executado por 86 profissionais, entre os operadores de centrífugas, lavadores, camareiros e auxiliares de lavanderia, além dos funcionários do setor administrativo.
“A maior parte dos funcionários exerce a função de auxiliar de lavanderia, pois estão preparados para atender qualquer demanda que for solicitada”, explica o gerente de recursos humanos da Grifort, Rafael Albuquerque.
Os profissionais se revezam em dois turnos, de 5h às 19h, para dar conta de 220 mil quilos mensais de roupas apenas nas unidades hospitalares que funcionam em Macapá. Os cuidados com a saúde e segurança no trabalho estão por todos os lados, entre avisos de alerta, gorros, máscaras e outras medidas de proteção.
O longo e minucioso processo
O trabalho de esterilização começa pela coleta das roupas usadas nos hospitais. O material é levado pelos auxiliares à triagem, onde ocorre a separação das “roupas leves”, com pouca secreção, e as “roupas pesadas”, que estão mais sujas.
As roupas são colocadas dentro de gigantescas máquinas de lavar chamadas de “máquinas de barreira”, que juntas possuem capacidade para lavar até 200 quilos, simultaneamente. As máquinas são lacradas com perfeição para evitar que agentes biológicos se espalhem por outros compartimentos da extensa lavanderia.
Durante todo o processo, as máquinas ficam ligadas aos dosadores que injetam seis tipos de produtos químicos na lavagem das roupas. A quantidade depende da sujidade das roupas.
“Quando termina o processo (lavagem) soa um alarme. Mas o lavador só consegue abrir a máquina do outro lado (para retirar a roupa lavada) se aqui deste lado (na entrada) ela estiver bem fechada. É uma medida e segurança”, explica o gerente operacional, Noel Guimarães.
Secagem
Depois da lavagem, as roupas são retiradas e colocadas em possantes centrífugas que agem para retirar até 90% da água dos tecidos.
Em seguida, todo o material é colocado em seis secadoras gigantes que encerram essa fase. Cada máquina recebe entre 30 e 100 quilos.
Roupas privativas
O próximo passo é colocar nos vaporizadores os enxovais de roupas privativas, aquelas que são usadas pelos médicos e equipes de enfermagem.
O vaporizador é uma espécie de mesa que injeta ar quente a 90 graus e depois ar frio, produzindo um choque térmico que mata qualquer tipo de germe.
O restante das roupas, como os lençóis, vai para outro tipo de vaporizador parecido com um grande rolo por onde passam os tecidos. Nesse processo também há o choque térmico.
Identificador químico, o teste final
Um dos grandes diferenciais nesse processo de quase purificação das roupas hospitalares é o uso do identificador químico. Em formato de uma fita de papel, ele é colocado entre as roupas usadas em centros cirúrgicos depois do processo de esterilização.
Ao abrir o pacote, o médico confere a fita. Se os tecidos estiverem completamente estereis, a fita do identificador mudará para a cor preta, e o médico terá a certeza de que poderá usar a roupa sem qualquer preocupação.
Veja no vídeo como funciona.
Depois do identificador, duas máquinas de autoclave recebem as roupas cirúrgicas para mais um processo de descontaminação que inclui aquecimento e esterilização a vácuo.
As roupas passam por um aquecimento de 134 graus e são submetidas à pressão equivalente a 2 quilos e meio. Depois de 15 minutos, é realizada a descompressão e liberação para distribuição nas unidades hospitalares.
Distribuição e hotelaria
Distribuir todo o material depois de um processo de quase purificação é outra etapa que requer planejamento e capacidade de execução.
A quantidade de roupas distribuídas obedece listas enviadas por cada unidade hospitalar e suas clínicas internas. As equipes da Grifort têm a preocupação de garantir que o trabalho feito antes não será em vão, e realizam um último gesto.
“Às 6h40min os nossos camareiros fazem a higienização dos leitos com álcool a 70%, tanto do colchão quanto da cama. É um trabalho extra para evitar a contaminação. Dessa forma, não forraremos um leito sujo com uma roupa estéril”, explica a gerente de hotelaria, Luciane de Almeida.
Depois da forragem, os camareiros fornecem a toalha de banho para o paciente, roupa e o lençol para cobrir.
“Fazemos isso 24h por dia em dois turnos, de 6h40min às 6h40min da manhã seguinte”, acrescenta a gerente.
Além todos esses processos, a Grifort também fabrica todas as roupas da rede hospitalar. A planta de confecções fica em Cuiabá (MT), onde também está a matriz da empresa.
A fabricação também é uma etapa essencial para manter o estoque da lavanderia sempre abastecido. Um dado interessante é que a roupa mais utilizada são as camisolas femininas. São mais 1 mil unidades, todos os dias.
Em tempo: Além da lavanderia, a Grifort construiu e equipou atrás do Hcal o Comitê Gestor de Serviços Terceirizados da Saúde, espaço onde ocorrem palestras e treinamentos para funcionários das prestadoras de serviço.