Por SELES NAFES
Um policial militar de 35 anos, premiado no Japão pela experiência bem-sucedida com o policiamento escolar do Amapá, poderá ser chamado para assumir a vaga de deputado estadual no lugar de Kaká Barbosa (PR), caso este seja condenado e tenha os direitos políticos suspensos pelo Tribunal de Justiça. O julgamento de uma das cinco ações penais contra o parlamentar está marcado para esta quarta-feira (13).
O tenente Marcelo Moraes está há 13 anos na PM. No fim de 2017, o oficial foi convidado pela Agência de Cooperação Internacional do Japão para levar a Tóquio as experiências do policiamento escolar em Macapá.
Na época, o policial também criou um projeto social esportivo voltado para 150 crianças e adolescentes de 8 aos 16 anos, todos alunos de escolas nos bairros do Laguinho e Perpétuo Socorro com altos índices de criminalidade.
O combate à violência nas escolas e a atuação em casos impactantes, como o caso do estudante de fisioterapia que pretendia tirar a própria vida e foi impedido pelo oficial, fizeram o perfil dele no Facebook disparar em número de seguidores. Hoje são mais de 31 mil internautas acompanhando as postagens do policial.
No ano passado, Marcelo Moraes decidiu aceitar o convite para ingressar no PHS, e depois resolveu apostar numa candidatura a deputado estadual, ficando com a primeira suplência na coligação que tinha o PR, de Kaká Barbosa.
Procurado pelo Portal SN para comentar a possibilidade de ser chamado para ocupar uma cadeira na Assembleia em caso de condenação de Kaká Barbosa, o oficial preferiu não comentar o assunto, afirmando apenas que continua focado no serviço policial.
Ação penal
O julgamento da primeira ação penal de Kaká Barbosa será pela manhã. Nesta terça-feira (12), o deputado teve frustrada a última tentativa de suspender o julgamento. O pedido foi negado pelo desembargador Carmo Antônio de Souza, relator de um dos cinco processos criminais. Kaká tem outras três ações cíveis por improbidade administrativa.
O presidente da Assembleia é acusado pelo MP de receber R$ 1,2 milhão da verba indenizatória de forma fraudulenta, em 2012. Parte do dinheiro teria sido embolsada com a utilização de notas fiscais falsas da empresa de um morto, conforme afirma a denúncia.