Área atingida por incêndio vira lixeira gigante

Local que tinha 250 casas, no Bairro Perpétuo Socorro, recebe todo o tipo de lixo. Moradores das proximidades negam que sejam os autores da sujeira
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Por RODRIGO INDINHO

Caroços de açaí, pneus, pedaços de madeira, carcaças de eletrodomésticos, comida estragada, resto de móveis e diversos materiais podem ser encontrados na área atingida pelo incêndio que destruiu 250 casas, em 2013, no Bairro Perpétuo Socorro, na zona leste de Macapá. O local está abandonado.

Segundo os moradores da região, a lixeira viciada causa transtornos e põe a saúde de todos em risco. Mas, questionados sobre quem despeja lixo na área, eles se defendem.

“Quem joga lixo aqui são usuários de drogas e outros homens que são pagos para se desfazer desse lixo. Fazem isso sempre de madrugada. Aqui vive assim, uma imundice. Não somos nós, quem vai querer morar igual porco? Nós não”, disse uma moradora.

O vigilante Jefri Nunes, de 35 anos, mora há mais de uma década no local e diz que tudo começou quando invasores foram retirados da área. Os tapumes que cercavam o terreno foram destruídos, o que facilitou a ação dos sujões.

“Queremos ao menos que a prefeitura venha com uma caçamba, leve esse lixo e volte a por o tampume aqui, já que os projetos que se têm pra cá não saem do papel”, disse.

Jefri reclama do forte odor e teme problemas de saúde com seus familiares.

“Meu sogro tem 76 anos. O povo quase agride ele porque reclamou do despejo irregular. Quem sofre aqui com esse fedor é a gente e ainda tem muito bicho que pode trazer risco para nossa saúde. Espero que façam algo por nós”, acrescentou.

Restos de televisores…

…e até de móveis são jogados no lugar. Fotos: Rodrigo Indinho

O governo do Estado e a prefeitura de Macapá chegaram a anunciar que tinham planos para beneficiar a população no local. Até o momento nada foi feito.

A Secretaria Municipal de Assistência Social e do Trabalho (Semast) informou que realizou duas chamadas públicas, ainda em 2018, para empresas interessadas em construir um conjunto habitacional na área do incêndio do Perpétuo Socorro (ocorrido em 2013).

Contudo, não houve interesse pelas empresas por acharem o projeto oneroso (fica em área de ressaca). A Semast ressaltou que um novo chamado será realizado ainda em 2019.

Com relação a limpeza no local, a Secretaria de Manutenção Urbanística (Semur) garantiu que irá encaminhar uma equipe ainda esta semana para remover os entulhos do local.

Sujões quase agrediram morador que foi reclamar

Prefeitura informou que irá limpar a área

Seles Nafes
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