Por SELES NAFES
O juiz Ailton Marcelo Mota Vidal, da 2ª Vara Criminal de Macapá, condenou dois ex-diretores da Organização de Cooperativas do Brasil (OCB) na ação penal que apurou fraudes e desvio de dinheiro público durante a construção da sede da entidade, custeada com recursos do governo do Estado.
De acordo com os autos do processo, os crimes teriam ocorrido entre 2008 e 2010, quando os acusados teriam fraudado licitação para desviar mais de R$ 155 mil. Na época, a OCB fez um convênio com a Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinf) para receber os recursos.
De duas parcelas que totalizaram R$ 217 mil, apenas R$ 50 mil teriam sido usados na obra, segundo constatou uma perícia realizada durante a investigação.
O presidente da OCB, Gilcimar Pureza, negou todas as acusações, e disse que chegou a cobrar judicialmente que a empresa contratada devolvesse dinheiro que não foi utilizado na obra.
Além dos dois diretores, mais sete pessoas foram processadas, entre elas empresários, diretores e gestores da Seinf. Durante depoimentos, foram citados pagamentos de propina para liberação de parcelas da Seinf, mas nada ficou comprovado, e apenas os dois ex-diretores foram condenados.
Gilcimar Pureza e Benedito dos Santos foram condenados a 2 anos de prisão, mas a pena foi substituída por medidas restritivas, como a prestação de serviços comunitários e proibição de frequentar determinados lugares públicos.
O presidente da OCB também foi investigado pela Polícia Federal na Operação Senhores da Fome, que apurou o desvio de dinheiro da merenda escolar na rede estadual do Amapá.
No dia 15 de dezembro de 2017, ele chegou a ser preso, mas foi solto três meses depois para responder em liberdade ao processo que continua em curso.