Por SELES NAFES
Oito governadores assinaram em Macapá, nesta sexta-feira (29), o contrato de criação do Consórcio Interestadual da Amazônia Brasileira. Foi durante o último dia do Fórum de Governadores da região, que começou na quinta (28).
Assinaram o documento os gestores do Amapá, Pará, Maranhão, Roraima, Rondônia, Amazonas, Acre e Mato Grosso. Tocantins não mandou representantes para o encontro.
O consórcio dá caráter jurídico ao movimento dos estados, e vem sendo discutido há dois anos. Durante esse período, o governo amapaense enviou para a Assembleia Legislativa 9 projetos de lei se preparando para esse momento.
A Constituição Federal permite que os estados se reúnam em consórcios, mas essa organização ainda é pouco utilizada. Apenas os estados do Centro do país aderiram a essa ferramenta. No Nordeste, Ceará e Rio Grande do Norte ainda discutem o assunto com os demais estados.
O consórcio poderá realizar compras conjuntas, o que reduz o preço final das mercadorias, além de possibilitar uma articulação mais forte para a liberação de recursos em projetos de infraestrutura junto à União e a organismos internacionais.
Governador do Pará, Helder Barbalho (MDB)
– Nós temos vocações e oportunidades que são comuns aos dois estados. Por isso entendemos que discutindo coletivamente venceremos juntos os mesmos desafios.
O governador do Amapá, Waldez Góes (PDT)
– Tem uma discussão para integrar Santarém (PA) com o Amapá e depois Pará e Roraima, o que recuperaria o antigo projeto do Eixo Norte que deveria descer pela BR-210, mas que terminou nas terras Waiãpi. Agora a integração (terrestre) poderá ser retomada pelo Amapá, Pará e Roraima, via Ponte do Jari”.
Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede) e Lucas Barreto (PSD) avaliaram que o Consórcio da Amazônia já nasce com apoio político necessário. Assista.
Escoamento de grãos
O Fórum de Governadores também tem servido para debates sobre a economia em comum. O Porto de Santana almeja ser o trampolim de exportações dos grãos do Mato Grosso, o maior centro produtor do Brasil.
Governador do Mato Grosso, Wilson Lima
– A posição geográfica nos faz ter uma dependência muito grande de logística para escoar os grãos para os mercados internacionais. A logística fluvial e ferroviária vai nos levar, naturalmente, a escoar pelo Porto de Santana ou pelo Porto do Pará. É um desafio. Para nós é um sonho ter como escoar pelo Norte, porque fica muito mais econômico, tornando o Mato Grosso muito mais competitivo.
Vice-governador do Amapá e empresário, Jaime Nunes (Pros)
– Com certeza é mais viável pelo Amapá. Esse Fórum busca essa unidade na discussão e na busca de caminhos para todos os estados serem beneficiados.