Por RODRIGO INDINHO
Rita de Cássia (foto de capa, direita) é irmã da jovem Juliane Cristine, de 24 anos, que tem Síndrome de Down e sonha em ser bailarina da cantora Joelma. Rita diz que os obstáculos são muitos, mas que o preconceito das pessoas é a pior dificuldade enfrentada pela irmã.
“Não gosto quando ela entra dentro do ônibus e as pessoas ficam olhando para ela com olhar de medo. Uma vez, uma mãe afastou o filho de perto dela e disse: ‘fica longe dela, que ela vai te passar doença’, aquilo doeu muito. Ela fica muito magoada e a gente também”, desabafou Rita.
Rita, também faz um alerta para a sociedade.
“Gente, não façam isso porque o down sente quando está sendo rejeitado, o que é a pior coisa. Fiquem tranquilos, eles não vão lhe agredir e nem lhe passar doença. Minha irmã não é nenhum bicho, estranho é seu preconceito. O mundo precisa de mais amor”, acrescentou.
Juliane Cristine é amiga de Hélia Gonçalves, de 30 anos, que ama dança e também sonha em ser bailarina.
“Eu gosto muito de dança e tenho vários sonhos. Estou muito feliz aqui na escola. Aprendo muita coisa e fiz vários amigos”, disse sorridente Hélia.
As meninas são alunas do Centro Educacional Raimundo Nonato, no Bairro Buritizal, zona sul de Macapá. Elas participaram nesta sexta-feira (22) de uma programação alusiva ao Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado na última quinta-feira (21).
Segundo a diretora do centro, Nilzete Mendes, o evento é motivo de celebração e de luta.
“O dia marca nossa história de luta das pessoas com deficiência, uma bandeira que a gente carrega e defende no nosso dia a dia. Aqui a gente busca inserir nosso aluno na sociedade, não só no ambiente escolar, mas com os pais e a família, para que essa pessoa se encontre. Hoje a programação foi para celebrar os downs”, disse a diretora.
A instituição de ensino especial atende 450 crianças, jovens e adultos, onde 35 têm Síndrome de Down, que é um distúrbio genético que ocorre em consequência da presença de cópia extra do cromossomo 21.