Por SELES NAFES
A ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou que o Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) julgue a ação penal contra a procuradora de justiça do Ministério Público do Amapá, Socorro Milhomem. Ela é acusada de peculato. A decisão foi proferida no último dia 6 de março.
Ação é movida pelo Ministério Público Federal desde 2015, quando o STJ aceitou a denúncia e a procuradora virou ré no processo baseado em provas recolhidas pela Operação Mãos Limpas, da Polícia Federal, deflagrada em 2010.
Segundo a denúncia, a procuradora foi representante do MP no Tribunal de Contas do Estado (TCE) entre os anos de 2003 e 2005. A Operação Mãos Limpas investigou o desvio de R$ 150 milhões do tribunal. A maior parte do dinheiro teria sido sacada pelo então presidente do tribunal, Júlio Miranda.
Uma ação de improbidade movida desde 2017 pelo Ministério Público do Amapá, baseada nas provas da Mãos Limpas, denunciou 7 conselheiros e a procuradora, que teria sacado R$ 39 mil em dinheiro, na boca do caixa, sob a justificativa de “reestruturar seu gabinete”. Em valores corrigidos, o montante chega próximo de R$ 100 mil.
A ação de improbidade do MP pede a devolução do dinheiro, e a ação penal do MPF solicita a condenação criminal da procuradora.
“O MP-AP não tem conhecimento dos detalhes do processo, que corre em segredo de Justiça. O Ministério Público se pronunciará quando for instado a se manifestar”, informou o Ministério Público, hoje (15).
O Portal SN tenta fazer contato com a procuradora Socorro Milhomem.