Por RODRIGO INDINHO
“Estão acabando com tudo no nosso Estado, até com a tradição do Carnaval”, disse um integrante do Bloco Afoxé do Formigueiro, que hoje (6) não desfilou pela primeira vez em 25 anos.
O tradicional bloco sempre ganha as ruas do Centro de Macapá na Quarta-Feira de Cinzas, mas a falta de dinheiro (e organização) atrapalhou os planos.
O bloco sempre reúne amigos e moradores de diversos bairros da área central da capital, a partir das 5h.
Como neste ano não houve música, abadás, diversão e o tradicional caldo, para reforçar as energias de quem ainda quer curtir os últimos momentos de folia, o jeito foi ficar por ali mesmo com a lembrança de anos anteriores e uma garrafa de “batida” de cachaça.
Alguns foliões migraram para o Bloco dos Minhocas, agremiação que também desfilou no Centro nesta quarta.
O funcionário público João Silva, 54 anos, disse estar desapontado com a administração do bloco. Ele ficou surpreso com a ausência da festa.
“Estou aflito. Queria tirar essa ressaca com o esperado caldo e aproveitar mais um pouco o carnaval, simplesmente não teve. No Amapá, nem se divertir a gente pode mais. Estão acabando com tudo”, criticou.
Largo dos Inocentes ficou vazio em plena Quarta-Feira de Cinzas. Fotos: Rodrigo Indinho
Bloco do Formigueiro no mesmo local no Carnaval de 2017: Foto: Cássia Lima/Arquivo SN
Quem também esteve no Largo dos Inocentes, localizado atrás da Igreja São José, local de concentração do bloco, foi Paulo Sérgio, 53 anos.
Bebendo e curtindo o período carnavalesco há seis dias, ele disse também estar triste.
“Todo ano participamos da brincadeira, fico triste com essa palhaçada. E olha que tem gente no poder que é envolvida no bloco e nada faz. Uma decepção para gente aqui”, disse.
O portal SelesNafes.Com tentou contato com algum representante da direção do bloco para saber o que de fato aconteceu, porém ninguém foi localizado.
João Silva: aflição para tirar a ressaca
Paulo Sérgio