Por SELES NAFES
Vereadores da oposição tentam emplacar um CPI para investigar o prefeito de Porto Grande, José Maria Bessa de Oliveira (PDT), acusado de direcionamento de obras públicas, entre outros crimes de corrupção. Enquanto isso, o MBL (Movimento Brasil Livre) está convocando nas redes sociais um protesto pelo impeachment do prefeito.
Os vereadores dizem que reuniram provas que ligam Bessa a uma empresa que estaria recebendo a maioria das obras tocadas pela prefeitura. Além disso, um assessor especial do prefeito seria sócio oculto da empresa.
“Ele (o assessor) gerencia a empresa por fora, e até o pagamento dos funcionários é feito na casa dele”, garante o vereador Elielson Moraes, que é do mesmo partido do prefeito, o PDT.
Um dos contratos suspeitos, apontam os vereadores, é a pavimentação com bloquetes do Bairro da Copalma, no valor de R$ 1,1 milhão. O recurso é de emenda parlamentar.
“Essa empresa começou sem capital, e ainda por cima o serviço feito foi de péssima qualidade. O procurador da empresa foi condenado em 2011 junto como prefeito Bessa a devolver mais de R$ 200 mil de uma obra superfaturada na rede de abastecimento de água no Cupixi e Vila Nova”, acrescentou.
O vereador Glauber Ribeiro (Rede) lembra que outro contrato suspeito, envolvendo a mesma empresa, diz respeito à obra de revitalização do balneário da cidade, em 2017, no valor de R$ 93 mil.
“Ficou comprovado pelos próprios moradores, com fotos, que a revitalização foi realizada pelos funcionários da prefeitura, e não pela empresa. O vereador (Elielson) estava fazendo a investigação, e ele foi retirado da comissão de obras da câmara”, acusa Glauber.
O prefeito José Maria Bessa cumpre o terceiro mandato. Em 2017, ele foi condenado a 4 anos de prisão, em regime semiaberto, pelo desvio de R$ 32 mil durante o segundo mandato, no ano de 2009. Ele recorre da decisão.
Manobra
Dos 9 vereadores da cidade, cinco assinaram o requerimento de instalação de uma CPI. Contudo, os parlamentares acusam o presidente da Câmara, Narson da Silva Santos (PTB), de manobrar para neutralizar a comissão. Ele teria nomeado dois aliados de Bessa na presidência e na relatoria. A CPI tem apenas 3 membros.
A comissão foi instalada há 10 dias, mas ainda não se fez nenhuma sessão. Os vereadores reuniram uma farta documentação e encaminharam ao Ministério Público Federal.
O MBL organiza um ato público, nesta quinta-feira (21), em frente ao prédio da Câmara, para pedir a cassação do prefeito. O ato está marcado para às 8h30min.
O Portal SN não conseguiu contato com o prefeito em nenhum dos números de telefone dele. A reportagem tenta contato também com o presidente da Câmara de Vereadores de Porto Grande.