Por RODRIGO INDINHO
Há oito anos, Celestina Rodrigues promove o projeto “Vidas em Resgate”, que ajuda dependentes químicos que moram nas ruas. Em um dos resgates, a pastora de 51 anos, conheceu Carlos Cardoso, de 49. Começava ali uma história de amor e superação.
Mendigo há 33 anos, Carlos era dependente de crack, álcool e vivia no entorno da Feira do Agricultor do Buritizal. Ele lembra que com a ajuda dos voluntários, Celestina e de Deus, conseguiu se libertar.
“Vivia um inferno, hoje vivo uma nova vida. Quando encontrei Jesus que é o caminho, a verdade e a vida, tudo mudou. Sou feliz porque estou liberto do crack e do álcool. Agora ajudo a minha esposa a salvar vidas que vivem como eu vivia”, contou.
Celestina destaca que Carlos é um exemplo de que as pessoas podem mudar.
“Tudo aconteceu há cinco anos, ele aceitou a evangelização e veio para cá. Começou o processo de libertação e ele foi mudado. Logo depois, o Senhor mandou eu casar com ele para ele me ajudar nesta mesma obra. Ele é um exemplo de que Deus muda vidas”, disse.
Segundo a pastora, o projeto foi idealizado pela carência de apoio a pessoas que são discriminadas pela sociedade e até mesmo pela própria família.
“Deus tocou em nosso coração e temos tirado da rua, acolhido e cuidado na minha própria casa. Aqui, eles passam por todo um trabalho psicológico e recebem acompanhamento”, destacou Celestina.
O projeto já atendeu mais de dez mil pessoas. Conta hoje com 20 abrigados, 15 voluntários e não recebe nenhum apoio governamental.
“A principal dificuldade para manter o local é a situação alimentar, recebemos só o apoio de colaboradores. Isso nos inspira cada vez mais”, afirmou Celestina.
Neste sábado (13), uma ação social com psicólogos, terapeutas, elaboração de oficinas, corte de cabelo, louvor, palavra, oração e alimentação, foi realizada na sede do Ministério Vidas em Resgate, no Bairro do Beirol.
Mãe de dez filhos, Talita Trindade, de 54 anos, há 5 anos é usuária de crack e esteve buscando por ajuda para largar o vício. Chorando, ela disse não aguentar a vida que leva.
“A gente que é dependente químico precisa de ajuda, mas só recebe desprezo. Minha maior vontade é sair dessa vida, eu não aguento mais e aqui é o melhor meio para buscar o caminho certo”, disse chorando Talita.
Os coordenadores do projeto “Vidas em Resgate” afirmaram que irão continuar ajudando pessoas.