Por RODRIGO INDINHO
A pescadora Lily de Almeida Pantoja, de 55 anos, mãe de 6 filhos, busca nas águas doce e salgada o recurso para sobreviver e sustentar sua família.
Quem não abre mão da tradição na Semana Santa, nem imagina a dificuldade que passam esses trabalhadores para que o peixe chegue até à mesa do amapaense.
“A vida do pescador não é fácil, vivemos da pesca porque somos obrigados. Imagine você sair 1h da manhã da sua casa e voltar só de noite. É muito mais difícil pegar peixe no mar, a gente consegue mal pra sobreviver”, disse Lily.
Os pescadores enfrentam longas jornadas de trabalho, obstáculos no pagamento de direitos e outros problemas, que exigem muita força de vontade.
“Mesmo assim meus filhos foram criados através da venda de peixe. Tenho orgulho disso e continuarei batalhando sempre”, acrescentou Lily.
A pescadora, que é da comunidade do Buritizal, no Distrito do Bailique, arquipélago a 200 quilômetros de Macapá, trabalha com a pesca há mais de quatro décadas. No dia 15, ela participou de uma degustação gratuita de peixe do mar que abriu a programação do programa Peixe Popular, ocorrida na Semana Santa.
O evento promovido pela Agência de Pesca do Amapá (Pescap), na sede da Colônia de Pescadores Z1 de Macapá. Foram servidos de forma gratuita 90 kg de filé da espécie corvina.
Em 2019, o projeto aconteceu entre os dias 16 a 19 de abril. Foram 17 pontos de comercialização do pescado a preços entre R$ 7 e R$ 15, nos municípios de Macapá (9), Santana (5), Porto Grande (1), Itaubal do Piririm (1) e Vitória do Jari (1).
“Esses peixes não estão no hábito alimentar da população. A ideia é emplacar o consumo do peixe de água do mar no qual somos ricos nessas espécies. Precisamos nos unir em defesa dos nossos peixes, nossos pescadores, das embarcações e trazer esse pessoal para dentro da legalidade”, disse Edson França diretor-presidente da Pescap.