OLHO DE BOTO
Pacientes internados no Hospital de Emergência de Macapá deixaram os leitos para fechar a Rua Hamilton Silva, no Centro de Macapá, no início da noite desta terça-feira (23). O protesto era contra a demora na realização de cirurgias ortopédicas.
A Sesa informou que os procedimentos serão normalizados.
Segundo os manifestantes, há pessoas esperando até três meses pelo procedimento cirúrgico. Além da longa espera, as reclamações também são pela falta de materiais básicos como ataduras, leitos e macas.
Internado, Aldelir Barbosa foi vítima de acidente de trabalho, e está há 20 dias vagando pelo corredor do HE.
“Tem paciente gastando até R$ 20 por dia com ataduras”, disse.
Adriane Santos desabafou. Ela está com três fraturas aguardando o dia da cirurgia.
“Definido em uma palavra, lá dentro está um caos”, disse indignada.
O autônomo Emerson da Silva Ramos (foto de capa), contou que corre o risco de perder o braço se o flexionar. Ele fala em negligência do hospital.
“Tive fratura exposta no braço e no cotovelo. Estou há mais de um mês e dez dias tentando ser operado, só enrolação, com risco de pegar uma infecção. Meu osso está exposto, saindo para o cotovelo. Só enrolam que vão operar e não operam nada, e minha situação está complicada, já não aguento mais”, desabafou.
Depois do protesto, o trânsito foi liberado na Hamilton Silva.
Intensificador
Procurada pelo Portal SelesNafes.Com, a secretária adjunta de Saúde do Amapá, Clélia Gondim, disse que as cirurgias serão retomadas com força total ainda nesta quarta-feira (24). Ela admitiu que houve redução da quantidade de procedimentos há cerca de um mês, quando um equipamento chamado de “intensificador” apresentou defeito e precisou ser enviado para a manutenção, fora do Estado.
“É um exame de imagem que dá a precisão do problema do paciente. (…) Está chegando essa madrugada e amanhã cedo será reinstalado. Estamos com todo o material e equipes preparados para o retorno desse equipamento”, garantiu ela.
Apesar da falta do equipamento, a secretária assegurou que o HE as cirurgias não estavam totalmente paralisadas, e que as menos complexas estavam sendo realizadas. Antes do aparelho apresentar defeito, o hospital vinha operando normalmente, frisou.
“Fizemos quase mil cirurgias em janeiro e fevereiro”, comentou Clélia Gondim.