Por SELES NAFES
A operação da Polícia Federal desta semana que esfacelou uma organização criminosa que fraudava o “auxílio-reclusão” encontrou casos incríveis de pagamentos ilegais a parentes de presos usados como laranjas. Num desses casos, uma mulher foi usada para que fossem sacados R$ 500 mil.
O valor era retroativo, e correspondia a vários anos. Basicamente, o auxílio-reclusão é pago pelo INSS a famílias de presos que tinham a carteira de trabalho assinada quando foram condenados pela justiça.
A mulher foi usada como laranja sem saber do esquema. Ela recebeu R$ 6 mil que pensava que tinha direito, e o restante teria ficado com a quadrilha, segundo apura um dos delegados da força-tarefa encarregada de investigar os casos.
Até agora, o único nome divulgado pelo Ministério Público Federal (MPF), que conduz as investigações com a Polícia Federal, foi do advogado Edir Cardozo Júnior, preso na última quarta-feira (29) na 2ª fase da operação “Ex Tuncs”.
Ao todo, os policiais cumpriram 120 mandados de busca e apreensão e 14 de prisão preventiva em Macapá. No total, a suspeita é de que o valor desviado ultrapasse R$ 12 milhões.
O grupo tinha integrantes espalhados pelo INSS, Iapen e até em cartórios. Algumas fraudes utilizavam certidões de nascimento falsas. As investigações começaram em 2015, e podem ter novos desdobramentos em função da quantidade de provas recolhidas.