Por SELES NAFES
Com apoio do Exército, policiais civis do Amapá apreenderam muito combustível, aparelhos de som e fecharam uma casa de prostituição na Vila Brasil, a cerca de 6h de voadeira da sede do município de Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa.
Vila Brasil é uma pequena comunidade com cerca de 200 moradores, e que fica dentro do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque. Apesar do tamanho, a comunidade tem grandes estabelecimentos comerciais e muito dinheiro circulando.
Do outro lado da Vila Brasil, fica a cidade francesa de Camopi, com cerca de dois mil moradores, internet e até aeroporto. A cidade é bem estruturada. Próximo dali, do lado brasileiro, está outra comunidade, Ilha Bela, onde moram mais 400 pessoas.
A Operação Cabo Orange foi realizada durante a quinta e a sexta-feira (18). Em Ilha Bela nenhum crime foi constatado. No entanto, todas as apreensões foram realizadas em Vila Brasil, graças a um mandado coletivo de busca e apreensão expedido pela Comarca de Oiapoque, a pedido da Polícia Civil do Amapá.
“O objetivo era coibir a perturbação de sossego. Comerciantes passam a noite toda com aparelhos de som ligados, perturbando pessoas de bem”, explicou o delegado Charles Corrêa, que comandou a operação.
Em Vila Brasil, foram apreendidas sete caixas de som por falta de documentação dos aparelhos. Além disso, vários estabelecimentos estavam comercializando e estocando combustíveis ilegalmente, contrariando normas do Exército. Só num deles havia mais de 800 litros guardados em um depósito.
“Todo esse comércio fica dentro do Parque Montanhas do Tumucumaque. Um acidente ali seria devastador para a floresta e para as casas de madeira dos moradores”, justificou o delegado.
Mais de 2 mil litros de diesel foram apreendidos e levados para a sede do Destacamento Especial de Fronteira do Exército em Vila Brasil, onde aguardarão a conclusão de inquérito policial.
Cabaré
Além das caixas de som e do combustível, os policiais e militares encontraram um cabaré, mas sem as garotas de programa. Um quarto atrás do bar, segundo a inteligência do Exército, funcionava como local para prostituição.
“As garotas de programa haviam fugido, mas havia muitos indícios de que o local era um ponto de prostituição”, narrou Charles Corrêa.
O dono do bar, os comerciantes e o dono de uma arma de fogo irão responder a inquéritos na Polícia Civil. Eles só não foram presos porque não havia logística suficiente para custodiar e transportá-los até Oiapoque.