Por SELES NAFES
O rio Jari atingiu a marca de 2,4 metros às 6h desta quarta-feira (22), afetando pelo menos oito bairros da cidade de Laranjal do Jari, a 267 km de Macapá, no sul do Amapá. Com quase 50 mil moradores, de acordo com o IBGE, Laranjal é o terceiro município mais populoso do Estado.
A cheia é provocada pelo excesso de chuvas na cabeceira do rio, onde também fica a Cachoeira de Santo Antônio. As águas descem o rio, e acabam sendo represadas pela cheia de outro gigante, o Amazonas.
“É a chuva que caiu há dias e que está chegando agora. O Amazonas também está alto, e a previsão é de mais chuva”, explicou o coordenador da Defesa Civil Municipal, Herbson da Silva Souza Pires.
A boa notícia é que o avanço do rio sobre as ruas de Laranjal do Jari diminuiu de ritmo porque o Jari subiu apenas 2 centímetros nas últimas 12 horas, numa proporção bem menor que em dias anteriores.
Os bairros mais afetados são os que ficam na parte baixa da cidade, como Centro, Marilândia e Malvinas. Até agora seis famílias, num total de 21 pessoas, estão abrigadas na quadra da Escola Estadual Mineko Hayashida.
O prefeito Márcio Serrão (PSDB) ainda não decretou situação de emergência, porque a situação ainda não é tão grave como em anos anteriores.
Em 2018, a cheia gerou um número muito maior de desabrigadas e desalojados. Seis mil colchões chegaram a ser distribuídos. O pior ano foi 2000, quando o Rio Jari atingiu a marca histórica de 4 metros, afetando mais de 25 mil moradores.
Equipes da Secretaria de Saúde da prefeitura e Defesa Civil estão distribuindo hipoclorito, medicamentos e realizando atendimento médico aos desabrigados.
A cheia do Rio Jari também afeta bairros do vizinho município de Vitória do Jari, onde ainda não há informações sobre desabrigados.