Da REDAÇÃO
A Polícia Federal (PF) escalou 118 agentes para cumprir 150 mandados judiciais no Amapá, em mais uma investida para desarticular uma organização criminosa que praticava fraudes ao benefício de auxílio-reclusão, no Amapá. A ação policial é a segunda fase da Operação Ex Tunc, iniciada em 2016.
Na manhã desta quarta-feira (29), com o apoio do Batalhão de Operações Especiais (Bope), os agentes federais cumpriram 30 mandados de prisão e 120 de busca e apreensão nas cidades de Macapá (capital), Santana e Ferreira Gomes, além de medidas de sequestro e indisponibilidade de valores e bens móveis e imóveis. A operação é respaldada pela 4ª Vara da Justiça Federal no Amapá.
A investida policial desta quarta-feira é um desdobramento da operação Ex Tunc, deflagrada em junho de 2016, para investigar fraude em documentos para obtenção de benefícios indevidos de auxílio-reclusão e pensão por morte junto ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
O auxílio-reclusão é pago apenas aos dependentes do segurado do INSS preso em regime fechado ou semiaberto, durante o período de reclusão ou detenção. De acordo com as investigações, os processos concessórios eram instruídos com datas alteradas e falsa situação prisional, inexistência de vínculo entre instituidor e o dependente, bem como a ausência de efetiva contribuição ao INSS. O esquema criminoso contou com a participação de servidores públicos, advogados, presos e ex-presidiários.
Em levantamentos preliminares, a Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária (COINP) demonstra que, apenas em relação aos benefícios identificados por amostragem e sob investigações, pagos de forma retroativa, houve um prejuízo causado de mais de R$ 12,5 milhões, sendo que o prejuízo estimado aos cofres públicos ultrapassa o valor de R$ 38 milhões.
Os investigados poderão responder, na medida das suas responsabilidades, pelos crimes de estelionato majorado contra o INSS, falsificação e uso de documentos falsos, organização criminosa, dentre outros que poderão ser identificados no decorrer das investigações. Se condenados, poderão cumprir pena de até 21 anos de reclusão.
Segundo a PF, as investigações da Ex Tunc são um trabalho em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e com a Coinp.