Por SELES NAFES
O juiz Jucélio Fleury Neto, da 4ª Vara Federal do Amapá, aceitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra a ex-deputada federal Jozi Araújo (Podemos). Ela e mais oito pessoas são acusadas de criar empresas e sindicatos fantasmas para fraudar a eleição na Federação das Indústrias do Amapá (Fieap).
O magistrado entendeu que o processo está completo, com indícios de autoria e conjunto de provas que permitirão a condução da ação penal com garantia da ampla defesa.
No ano passado, Jozi Araújo e os outros investigados, entre eles o pai e um irmão, tiveram as contas bloqueadas até o limite de R$ 336,8 mil. Eles são acusados de organização criminosa, falsidade ideológica e peculato.
De acordo com o MPF, sindicatos do ramo industrial foram criados por meio de empresas que sequer existiam. Outras eram empresas com nenhum tipo de relação com processo industrial.
Segundo os autos, o objetivo de Jozi Araújo era ter o controle político da Fieap para que ela fosse eleita presidente. Dois servidores do Ministério do Trabalho também foram denunciados por participação no esquema. Eles tiveram papel decisivo na regularização das empresas de fachada, mesmo depois do Ministério do Trabalho ter indeferido os registros.
O MPF concluiu que houve enriquecimento ilícito com a arrecadação de contribuições sindicais e prejuízo de pelo menos R$ 300 mil aos cofres públicos, entre 2013 e 2017.
Se condenados, os réus poderão pegar até 12 anos, além de perder os direitos políticos.