Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
De onde vem e como são produzidos os alimentos que consumimos no dia-a-dia? Quais as relações na produção desses alimentos e quais as alternativas para que tenhamos produtos saudáveis, que façam bem para o homem e o meio ambiente?
Esses temas e perguntas foram o centro das discussões da primeira edição da Feira Agroecológica da Universidade Estadual do Amapá (Ueap), realizada nos dias 13 e 14 de junho no Campus I da universidade, no Centro de Macapá. A feira teve uma proposta de cunho acadêmico, social, ambiental e de extensão e o seu objetivo foi apresentar para a sociedade os benefícios da agroecologia. O evento contou com palestras, cursos e minicursos, sobre sistemas agroflorestais, melipolincultura e outros temas.
Segundo os organizadores, a agroecologia trata de um entendimento moderno na relação de sistemas produtivos de forma ecológica. Em outras palavras, trata-se de como produzir alimentos de maneira saudável, utilizando elementos que a própria natureza fornece.
“A diferença muito grande na agroecologia é a redução da utilização de agrotóxicos. O alimento agroecológico é aquele em que se preconiza a não utilização de agrotóxicos e insumos externos. A maioria desses produtores que estão aqui, eles mesmos produzem seus próprios insumos, seus adubos, seu composto, suas mudas, etc.” afirmou Alana Carine Sobrinho Soares (foto de capa), professora do colegiado do curso de Engenharia Florestal, que foi o organizador do evento.
No Amapá há vários polos de produção agroecológica espalhados pelo Km 9, da Linha A até a Linha F, no Distrito do Coração, na comunidade de Curralinho dentre outras localidades. Locais onde o processo de transição agroecológica, ou seja, a mudança da forma de produzir com agrotóxicos para a produção natural, ocorreu com sucesso.
“Eu produzo todos os tipos de hortaliças, alface, pepino, coentro, chicória, jambú, salsa, manjericão, hortelã, tudo sem agrotóxicos, só utilizo fertilizantes naturais. Há dez anos eu usava esses venenos, até descobrir que eu estava envenenando as pessoas, a mim mesmo e minha família e a nossa terra. Hoje eu consumo e comercializo alimentos saudáveis”, declarou Sebastião Martins Oliveira, de 53 anos, agricultor do mini polo da Fazendinha.
A coordenação da feira informou ainda que a população pode ter acesso aos produtos agroecológicos nas principais feiras de Macapá, bastando pesquisar a origem do produto no ato da compra.