Por RODRIGO INDINHO
O Ministério Público Estadual do Amapá (MPE) começou a analisar a farta documentação e equipamentos eletrônicos apreendidos durante a Operação Água Fria, que investiga suposto esquema de direcionamento de licitação na Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa).
Segundo o promotor à frente do caso, Afonso Guimarães, do Grupo de Atuação Especial para Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), foram apreendidos documentos relacionados à compra de material hidráulico, notas fiscais, comprovantes de pagamento, processos de compras, além de computadores, celulares e outros equipamentos que pudessem conter provas dos crimes investigados.
Por enquanto, as suspeitas da polícia são de fraude em licitação, peculato (desvio de recursos públicos), falsidade ideológica, associação criminosa (antiga formação de quadrilha). Contudo, ainda podem aparecer outras modalidades de crimes, pois o material ainda está no início da análise.
Segundo o promotor, basicamente, o esquema consistia no fornecimento de materiais hidráulicos, como canos, conexões, reservatórios d’água, entre outros, com empresas que não são deste segmento. Segundo as investigações, os empreendimentos contratados de forma direcionada compravam os componentes hidráulicos de empresas de materiais de construção para fornecer à Companhia, o que superfaturava o preço dos produtos.
“Ao invés de procurar as lojas de materiais de construção de Macapá, a Caesa foi se socorrer de empresas que nada têm a ver com este ramo de comércio. Empresas que não têm estoque porque não vendem material hidráulico é que foram as habilitadas pela Caesa para fornecerem esses materiais”, explicou.
Segundo o promotor, os crimes que desencadearam a Operação Água Fria ocorreram ao longo de 2018. Agora, o MPE vai analisar as provas apreendidas para saber se o esquema também funcionou anteriormente.
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