Condenado por estupro, radialista se apresenta e foto vira polêmica

Jerônimo Nolberto, de 66 anos, condenado a 12 anos de prisão, se apresentou para cumprir pena. Foto divulgada pela polícia é contestada pela defesa
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Por SELES NAFES

Um radialista do Amapá condenado por estupro de vulnerável se apresentou à Polícia Civil, na noite desta quinta-feira (28), para o início do cumprimento da pena de 12 anos. A foto dele tirada na delegacia acabou virando motivo de polêmica entre a defesa e a Polícia Civil.

Trata-se de Jerônimo Nolberto Alves, de 66 anos, o “Carioca”, com passagens por várias emissoras de rádio do Amapá e bastante popular. Acompanhado de um advogado do escritório Maurício Pereira, ele procurou o Departamento de Capturas da Polícia Civil, no Ciosp do Pacoval. Ele já estava com uma ordem de prisão, e foi encaminhado para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

Apesar do trânsito em julgado, o processo continua em segredo de justiça, por isso, há poucas informações a respeito do caso, que envolveu uma criança da própria família do radialista. O crime ocorreu em agosto de 2014, no Distrito da Fazendinha.

“Carioca” se apresentou para início do cumprimento da pena. Foto: Polícia Civil do Amapá

A defesa disse que vai informar a Corregedoria da Polícia Civil sobre a divulgação da foto do radialista.

“Havia um acordo para apresentar o meu cliente. (…) Ele me pediu a garantia de que a imagem seria preservada. (…) Fizemos a apresentação espontânea dele. A polícia informou que faria uma foto de identificação obrigatória, quando na verdade é a Politec que faz isso. Fizeram a foto e distribuíram nos grupos de WhatsApp”, queixou-se Maurício Pereira.

“A imagem foi exposta de uma maneira indevida, como se fosse um troféu da polícia. Não entendem que está se vivendo um dilema humano. Se ele é culpado ou inocente estamos discutindo isso no processo. Fizemos tudo direito, mas será que não posso mais confiar na polícia? É preciso haver lealdade entre as pessoas”, acrescentou.

Já o delegado-geral de polícia, Uberlândio Gomes, acredita que a divulgação da imagem não foi ilegal.

“A Polícia Civil tem o direito de divulgar a imagem, afinal, não se trata de um preso provisório, mas de um criminoso condenado com trânsito em julgado”, frisou Gomes.

Maurício Pereira: troféu

Delegado geral da Polícia Civil do Amapá, Uberlândio Gomes: é um preso condenado

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