Empresário movimentou mais de R$ 800 mil com madeira ilegal, diz MPF

O empresário do ramo madeireiro do Amapá foi denunciado pelos crimes de falsidade ideológica, falsificação de documentos, venda ilegal madeira e lavagem de dinheiro.
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Da REDAÇÃO

O empresário Érico Souza Rossi, que trabalha no ramo madeireiro no Amapá, foi denunciado à Justiça Federal pelos crimes de falsidade ideológica, falsificação de documentos ambientais, venda ilegal de produtos florestais e lavagem de dinheiro.

Ele está sendo processado pelo Ministério Público Federal (MPF) e, se condenado, pode pegar mais de 25 anos de prisão, além de multa de R$ 800 mil, a título de reparação dos danos causados ao meio ambiente.

Este seria o valor lucrado pelo empresário com o comércio clandestino de madeiras nobres, extraídas ilegalmente das florestas amapaenses, no período de um ano. A denúncia decorre da investigação que resultou na Operação Lacuna, deflagrada em maio deste ano.

Segundo o MPF, Érico já responde a diversos inquéritos e ações penais por extração ilegal de madeira e fraudes no Sistema DOF – Documentação de Origem Florestal, que atesta a legalidade dos produtos extraídos das florestas brasileiras.

Relatório do Ibama deu início à Operação Lacuna. O órgão ambiental realizou vistorias em empreendimentos a fim de comparar os dados contidos no Sistema DOF com as informações de campo.

A finalidade era identificar inconsistências ou irregularidades, o que ocorreu nas empresas de Érico Rossi. Diante dos indícios de diversos crimes, o MPF requereu à Justiça medidas cautelares que resultaram em busca e apreensão e na prisão preventiva do empresário.

O esquema investigado consistia em gerar créditos florestais falsos, a partir de manipulação de dados no Sistema DOF, após negociata com empresários do ramo madeireiro. O objetivo era viabilizar atividades empresariais por meio do esquentamento da madeira.

Estima-se que o esquema tenha movimentado mais de R$ 2 milhões. Somente Érico Rossi, por meio de suas empresas, é responsável por movimentar mais de R$ 800 mil.

Constatadas as fraudes no Sistema DOF, o MPF recomendou ao Ibama que bloqueasse os créditos irregulares desde sua origem. Mesmo após o bloqueio, o empresário, prosseguiu na empreitada criminosa.

Conforme as investigações, Érico Rossi transferiu ilegalmente créditos de sua empresa matriz para a filial a fim de dar continuidade aos negócios. Ele também recebeu créditos florestais que teriam sido doados a ele em uma transação suspeita.

Parte desse crédito florestal foi comercializado ilicitamente pelo empresário, que os transferiu, pela segunda vez, para outras empresas.

Entre junho de 2017 e junho de 2018, Érico Rossi emitiu 206 guias DOF falsas – 82 delas permitiram o envio de madeira para 50 destinos diferentes em vários estados brasileiros. Com o esquema, ele inseriu no mercado madeiras nobres em toras extraídas clandestinamente da Floresta Amazônica.

De acordo com o Ministério Público federal, a serraria de Érico sequer funcionava. Ela servia apenas como empreendimento de fachada.

Seles Nafes
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