Ex-deputado é liberado da prisão para cirurgia e recuperação em casa

Defesa argumenta que condições de assistência à saúde na cadeia apenas pioraram nos últimos tempos
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Por SELES NAFES

O presidente do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), João Guilherme Lages, acatou pedido da defesa e liberou o ex-deputado estadual Edinho Duarte para prisão domiciliar temporária. O ex primeiro-secretário passará por uma cirurgia, e terá sua recuperação em casa.  

A defesa pediu que, depois desse período, a prisão domiciliar seja concedida em caráter definitivo, mas não foi atendida pelo desembargador.

O magistrado acatou parecer do Ministério Público do Estado, que deu parecer favorável à cirurgia e recuperação pelo prazo máximo de 45 dias, com retorno à prisão após esse período.

O MP argumentou que a complexidade da cirurgia, num dos testículos, permite o retorno do paciente para a prisão após a recuperação, e que, fora isso, não há fato novo no quadro clínico dele.

Desde que perdeu o direito à prisão domiciliar, em 2017, os advogados do ex-deputado vêm tentando recuperar o benefício alegando problemas de saúde. A principal argumentação é de que as condições de assistência à saúde na cadeia apenas pioraram nos últimos tempos.  

Edinho apresentou documentos onde afirma comprovar que, além dos problemas cardíacos e hipertensão, adquiriu uma lombalgia, uma dor crônica na região lombar que teria limitado seus movimentos. Também é necessário fazer um tratamento renal. Após a cirurgia e tratamento dos rins, o ex-deputado poderá ficar em casa usando tornozeleira eletrônica.

Em setembro de 2017, sem regalias Edinho foi transferido de volta ao presídio após perder a prisão domiciliar. Foto: Arquivo SN

Incomunicável

O desembargador proibiu a existência de qualquer meio de comunicação externa na residência, incluindo celulares, telefone fixo e internet. A regra vale para todos os moradores da residência.

Em setembro de 2017, quando perdeu o benefício, Edinho Duarte foi acusado pelo MP de receber pessoas que não estavam na lista de visitantes autorizados pela Justiça, e de usar celulares.

A defesa do ex-deputado estadual vem alegando que foi ilegal a retirada da prisão domiciliar, porque não teria sido realizado um procedimento disciplinar para apurar o caso.

Edinho Duarte cumpre pena de 13,5 anos por crimes de corrupção cometidos quando era gestor da Assembleia Legislativa do Amapá. Desde que foi preso, no fim de 2016, ele passou a desempenhar atividades administrativas no Iapen, e na biblioteca do presídio. Também fez cursos profissionalizantes que totalizaram 360 horas. 

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