Por SELES NAFES
A juíza Lyége Cristina, da 1ª Vara Cível e de Fazenda Pública de Macapá, decretou a indisponibilidade dos bens de quatro ex-gestores da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) no valor de R$ 2.991.000,00. O pedido foi do Ministério Público do Amapá.
Nenhum dos investigados teve ou tem mandato parlamentar. Em períodos distintos, os quatro ocuparam a Secretaria de Finanças e Direção Geral da Alap. Para atender ao pedido do Ministério Público, a magistrada se baseou em julgados anteriores do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Não se exige a prova concreta de que o agente ímprobo está dilapidando seu patrimônio, ou esteja na iminência de fazê-lo, sendo suficiente a demonstração de indícios da prática de improbidade”, comentou ela.
Segundo a ação onde os quatro são réus, entre 2014 e 2015 eles teriam desviado para suas próprias contas cerca de R$ 2,3 milhões (sem correção monetária).
Em valores corrigidos, veja quanto cada um deles teria recebido, segundo a denúncia do MP.
Elielton Viana da Silva R$ 908,3 mil
Jeremias Morais de Oliveira R$ 686,8 mil
Orlando dos Santos Pinheiro R$ 554,6 mil
Raimundo Borges da Silva R$ 203,4 mil
Em depoimento, uma funcionária da Secretaria de Finanças disse que estava viajando de férias, no final de 2013, quando deixou na Alap várias folhas de cheque em branco assinadas.
De acordo com o MP, em 2014, os quatro teriam usado as folhas de cheque para receber dinheiro indevidamente. Chamados para depor, os investigados se mantiveram em silêncio.
A denúncia é assinada pelo promotor Afonso Guimarães, e foi ofertada ainda em 2017, mesmo ano em que uma operação da Polícia Federal prendeu vários investigados. Eles também respondem a uma ação penal.