Por SELES NAFES
Lideranças indígenas estiveram na Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), nesta terça-feira (18), para pressionar os deputados estaduais a criar uma cota de vagas para candidatos índios nos concursos públicos do Estado, a começar pelo processo seletivo do Legislativo.
Eles foram recebidos por um grupo de deputados e pelo presidente da Alap, Kaká Barbosa (PL). Os parlamentares acataram o pedido, mas ficaram na dúvida sobre qual seria a forma jurídica mais rápida para garantir a reserva de vagas.
Como o edital da Alap deverá ser publicado no próximo dia 15 de julho, os deputados acreditam que o meio mais eficiente de criar a nova cota seria acrescentar uma emenda a um projeto de lei que já existe, de autoria da deputada Cristina Almeida (PSB).
O projeto apresentado por ela prevê uma cota de 20% para candidatos afrodescendentes nos concursos públicos do Amapá.
“Como o edital (da Assembleia) está para sair o tempo é curto. Então não daria para fazer um projeto de resolução, por exemplo, então faremos estudos para mexer nessa lei e garantir o espaço para eles”, explicou o deputado Charle Jhone (PL).
Os índios, que pediram uma reserva de 5% das vagas, saíram satisfeitos do encontro com os deputados. Eles estavam acompanhados da secretária de Políticas para os Povos Indígenas do governo do Estado, Eclemilda Macial, que é da etnia galiby maroworno, e de outras lideranças de Oiapoque.
“Também somos seres humanos e os primeiros moradores do Brasil, por isso estamos pedindo essa cota de 5%. A reunião foi boa”, disse entusiasmado o líder indígena Gilberto Iapeparra, também da etnia Galiby, de Oiapoque.
Só em Oiapoque, moram mais de 10 mil índios, segundo dados oficiais.