Por RODRIGO INDINHO
Policiais militares de diversas áreas de atuação no Amapá estão sendo capacitados a aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras), utilizada por pessoas com deficiência auditiva. O objetivo é estreitar a relação com a comunidade surda e garantir dignidade, direito à informação e segurança pública.
Segundo a tenente Annie Monteiro, da Diretoria de Comunicação da PM, a instituição iniciou esta semana um projeto de inclusão nas redes sociais voltado a esse público alvo. Semanalmente serão postados vídeos informativos e interativos.
“A comunidade surda é grande no Amapá e por respeito, desde 2017, a PM vem capacitando policiais militares em disciplina de libras em todos os cursos de formação e aperfeiçoamento da tropa para saberem como abordar e se comunicar. Hoje, há mais de 500 PM’s com o curso de libras, o que retrata cerca de 20% do efetivo. Agora lançamos os vídeos com o aprendizado nas redes sociais”, informou Annie.
O projeto é formado por um grupo de três policiais que são instrutores do Centro de Formação da PM/AP com a disciplina Procedimento Operacional Padrão/POP 011- Abordagem à pessoa surda, sendo assessorados pelo professor Kairon Almeida, que trabalha há 15 anos com interpretação de libras.
Formada em pedagogia, a sargento Jacqueline Coelho (foto de capa) faz parte da equipe de instrutores. Com 15 anos de corporação, ela começou a estudar a segunda língua oficial do Brasil em 2010 e fala da importância do projeto na PM.
“Foi vendo a necessidade do crescente número de pessoas surdas no Estado do Amapá que a gente lançou esse projeto de soltar pequenos vídeos esclarecendo e passando informações à comunidade surda. Trabalhamos para querer ajudar a fazer essa ponte entre a comunidade surda e o trabalho da Polícia Militar. Sempre pensando na segurança de toda a sociedade”, comentou.
Jaqueline é quem aparece no primeiro vídeo, lançado na noite de quarta-feira (26) na página da Polícia Militar e já teve milhares de visualizações. A militar fala da experiência.
“É gratificante ver que algo que começou lá em 2010, que pensei que seria para minha vida pessoal como pedagoga, se ampliou. Posso com minha instituição ajudar a comunidade surda que vem sofrendo muitos preconceitos ao longo dos séculos pela falta de comunicação. Todo dia é um novo aprendizado e isso é incrível”, acrescentou a sargento.
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou em 2010 que, existem 12 mil pessoas com algum tipo de deficiência auditiva no Amapá. Desses, 3 mil têm perda total da audição.
A PM pretende continuar realizando ações voltadas ao público surdo, inclusive apoiando projetos voltados à essa comunidade.