Por RODRIGO INDINHO
Não é novidade o estado crítico da orla de Macapá que há anos espera por melhorias em sua extensão. Além do famoso muro de arrimo, o retrato de abandono pode ser visto em quiosques que viraram dormitórios para moradores em situação de rua e espaço de usuários de drogas depois de terem sido desativados.
O ponto em questão fica entre os bairros Cidade Nova e Canal do Jandiá. As estruturas estão com sacolas cheias lixo, garrafas de bebidas, colchões velhos, banheiros depredados, paredes pichadas e até as portas e telhas foram retiradas.
Moradores e pedestres que passam pelo espaço — que não quiseram se identificar por medo de represálias —, dizem que falta segurança e manutenção no local que poderia ser melhor aproveitado.
“Aqui a gente passa com medo de assalto. Os drogados vivem pedindo, fumam e bebem aí. Só tá servindo para eles viverem e dormir em meio ao próprio lixo. Essa região tá abandonada”, relatou uma moradora.
Durante a reportagem, alguns moradores de rua que dormiam no local perceberam a presença da equipe do portal SN. Eles proibiram a entrada do repórter e tentaram impedir o registro de fotos. Vendo a situação, um idoso que passava pelo local disse que a prefeitura poderia oferecer o espaço para empreendedores do bairro.
“Esse pessoal que mora aí não deixa ninguém entrar. Eu trabalho vendendo batata pela rua e a prefeitura já me tirou lá da beira-rio e me pergunto por que eles não doam ou alugam isso aqui para os ambulantes? Mas não, preferem esse povo fazendo só o que não presta aí”, disse o autônomo.
O que diz a prefeitura
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Semduh) informou que em relação aos quiosques localizados no Canal do Jandiá, o órgão já tem conhecimento da situação e que promoveu abertura para concessão. Porém, não houve interesse por parte de qualquer empreendedor.
Dessa forma, a Semduh estuda a possibilidade de deixar os que possuem administração e estão funcionando sem qualquer medida administrativa; e os que estão desativados serem demolidos. Mas, tudo ainda está sendo estudado.