Por SELES NAFES
A deputada estadual Cristina Almeida (PSB), da Comissão de Relações Exteriores da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), vai aproveitar o encontro que reunirá os governos do Amapá e da Guiana Francesa, marcado para julho em Oiapoque, para tratar de algumas dificuldades na relação com o vizinho. Uma delas, o gelo brasileiro, por incrível que pareça, é um dos fatores que atrapalha a relação comercial com o vizinho.
Segundo ela, já é possível para produtores brasileiros levar determinados produtos para serem vendidos na Guiana. Basta pagar pelo seguro internacional (R$ 700) e entrar com o visto, que passará a ser concedido pelo Consulado da França, em Macapá. Hoje, o documento é emitido em Brasília (DF).
De acordo com ela, ainda não houve interesse dos empresários brasileiros em transportar mercadorias pela ponte.
“O transporte está autorizado, mas mercadoria não apareceu. (…) Ainda não houve interesse da nossa parte. O custo (seguro) não é viável. Diferentemente da nossa situação, quando os franceses vêm para cá o dinheiro deles vale muito”, lembra Cristina Almeida.
A deputada avalia que há uma forte exigência da vigilância sanitária francesa quanto ao gelo produzido no lado brasileiro.
“O nosso peixe teria uma chance enorme de ser vendido, e é um dos potenciais de Calçoene e Oiapoque, mas o nosso gelo não será aprovado pela vigilância sanitária da Guiana. Os pescadores compram o gelo no lado brasileiro”, explica.
O assunto, diz ela, deverá ser discutido no encontro de julho junto com outras pautas, como a violência contra mulheres brasileiras, a dificuldade de informações sobre a situação de presos brasileiros, e a exigência dos vistos. A ideia é acabar com a cobrança do documento.
Outra situação que merece atenção, é a falta de estrutura no consulado do Brasil dentro da Guiana Francesa.
“Numa única sala leva três meses para tramitar a documentação de um brasileiro que precisa se regularizar na Guiana Francesa”, revela.