Sequestro e estupro de grávida: “era tudo uma farsa”, diz delegada

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Por RODRIGO INDINHO

O caso que comoveu a sociedade amapaense envolvendo o suposto sequestro e estupro de uma jovem grávida não passou de uma mentira da própria gestante para se vingar do ex-marido. É o que garante a delegada Sandra Dantas (foto acima), da Delegacia Especializada de Crimes Contra a Mulher (DCCM), responsável pela investigação.

A delegada foi enfática.

“Não houve sequestro, não houve cárcere privado, não houve estupro.
Era tudo uma farsa. Essa senhora mentiu para se vingar do ex-marido que é pai da criança”, assegurou.

Como tudo aconteceu

De acordo com a delegada, a separação do casal ocorreu dias antes, quando Diovanna da Costa Lopes, 22 anos, teria flagrado o marido com uma amante, na casa dele e decidiu se vingar. Sandra Dantas contou que, segundo o apurado pela polícia, no dia da consulta na UBS Lélio Silva, o ex-marido a levou até a unidade e deu dinheiro para ela retornar de mototáxi para sua casa.

Foto no falso cativeiro. Na verdade era na casa de um amigo. Foto: reprodução

No entanto, após a consulta, ela foi para a casa de um amigo, no bairro Buritizal, onde teria feito a simulação. O casebre de madeira era o local do falso cativeiro. Conforme a polícia, foi lá que foram feitas as fotos de Diovanna, com pés e mãos atadas.

“Dizendo para o amigo que era só uma brincadeira, que queria dar um susto no ex-marido, ela pediu para que os amigos amarrassem ela, segurarem a faca, e fizessem as fotos”, contou a delegada.

Acompanhada da mirabolante história de que ela havia sido sequestrada, estuprada por vários homens, essas imagens circularam na imprensa e em grupos de redes sociais, causando comoção na sociedade amapaense e o desespero do ex-marido, que procurou a polícia.

Falsas ameaças

As mensagens de ameaça de morte a Diovanna que chegaram ao celular do ex-marido foram passadas por uma amiga da farsante, a pedido dela, descobriu a DCCM. Diovanna comprou um chip para enviar mensagens do celular da amiga.

Ainda segundo a delegada, Diovanna, ao confessar que tudo não passava de uma brincadeira de mal gosto, disse que não imaginava a proporção que o caso tomaria, com o ex-marido indo até a polícia para denunciar o sequestro e estupro, sem saber que tudo não passava de uma fantasia da cabeça dela.

Não foi a primeira mentira inventada pela acusada

No entanto foi exatamente o que o pai do bebê de Diovanna fez. Ele registrou o desaparecimento e denunciou as mensagens ameaçadoras à Polícia Civil. Quando ela soube que o marido já havia feito a denúncia, quis transformar a mentira em verdade.

Diovanna foi então até a localidade do Abacate da Pedreira, distrito 51 km ao norte de Macapá, e simulou que havia acabado de fugir de um cativeiro.

Acudida por moradores, ela foi levada por policiais militares de volta à Macapá, onde recebeu atendimento no Hospital da Mulher Mãe Luzia e em seguida foi encaminhada à Delegacia das Mulheres.

Ela recebeu todo o atendimento de praxe que o tipo de caso requeria, com atenção da equipe de investigadores, psicóloga, exame de corpo de delito, entre outros atendimentos.

“Nós acolhemos ela, aqui. Demos todo o apoio porque ela tem problemas com a família, não quis entrar em contato com familiares”, explicou Sandra Dantas.

DCCM: Exames deram negativo. Diovanna foi indiciada

Exames

Mas, a mentira de Diovanna só durou até o resultado dos exames, todos deram negativo para violência sexual. Desconfiada, a polícia então passou a montar o quebra-cabeças das contradições da suposta vítima.

“Ela nos apontou uma casa abandonada lá no Abacate da Pedreira, que nos levou ao local muito rapidamente. Nós desconfiamos porque ela havia dito que saiu no meio da floresta, de madrugada e caminhou, sem saber o rumo, pois estava escuro, e mais um pedaço da manhã, até encontrar uma casa de moradores e pedir ajuda. Pela nossa experiência, essa versão não batia”, relatou a delegada.

Várias coisas não se encaixavam e tudo foi descoberto.

Não é o primeiro caso forjado

A jovem grávida tem um histórico social muito complexo e será acompanhada pelo Camuf. Ela viveu com o marido por dois anos e, com dois meses de grávida, eles se separaram, após uma outra farsa armada por Diovana, eles acabaram reatando, sendo tudo descoberto posteriormente.

Desta vez, Diovana foi indiciada for falsa comunicação de crime, e responderá na justiça pelo crime,

Seles Nafes
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