Advogado acusado fraudar auxílio-reclusão é pego com celulares no Iapen

Momento em que agente federal encontra um dos celulares na cela de Edir Junior. A apreensão foi planejada e faz parte da 4ª fase da da Operação Ex Tunc, que investiga desvios de R$ 12,5 milhões no Amapá.
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Da REDAÇÃO

O advogado Edir Benedito Nobre Cardoso Junior, apontado pelo Ministério Público Federal como líder de uma organização criminosa que desviou R$ 12,5 milhões do auxílio-reclusão no Amapá, foi alvo de uma nova etapa da Operação Ex Tunc.

Momento da prisão de Edir Junior, em maio deste ano

A 4ª fase da investigação foi deflagrada nesta manhã de quinta-feira (25) pela Polícia Federal, que apreendeu celulares utilizados pelo advogado – que está preso desde o mês de maio, no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), na zona oeste de Macapá. Na cela, também foi encontrado um pendrive.

Aparelhos e o pendrive apreendidos na cela de Edir Júnior. Foto: Divulgação

Segundo apurado pela PF, de dentro do Iapen, o advogado tentava obstruir as investigações. Ele teria orientado um comparsa a forjar depoimentos para acusar outro envolvido no esquema. O acesso aos dados dos equipamentos apreendidos, autorizado pela Justiça Federal, deverá confirmar os indícios, além de indicar novos fatos.

Segundo as investigações, o esquema comandado por Edir Junior consistia em arregimentar apenados recolhidos no Iapen com promessa de recebimento do benefício do auxílio-reclusão. Ele e outras quatro pessoas recrutavam mulheres para se passarem por companheiras dos detentos e mães de falsos dependentes.

Advogado Edir Júnior é apontado como líder do bando. Foto: Divulgação

Em alguns casos, falsificavam a data de início do cumprimento da pena do interno para receber valores retroativos. Com isso, o INSS pagava entre R$ 50 e R$ 100 mil, muitas vezes em parcela única. Os valores eram divididos entre os envolvidos no esquema.

Segundo levantamento do INSS, o Amapá é o estado que mais paga o benefício de auxílio-reclusão, bem como o que mais retroage o pagamento. Com atuação do MPF, PF e INSS, foi possível evitar danos na ordem de R$ 38 milhões ao erário, em razão da interrupção dos pagamentos aos falsos beneficiários.

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Seles Nafes
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