Advogado envolvido em briga é indiciado por porte ilegal de arma

Advogado Bruno Gonçalves alegou que arma da confusão era de brinquedo
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Por SELES NAFES

Um advogado do Amapá foi indiciado por porte ilegal de arma de fogo que ele teria sacado durante uma briga de trânsito, no Centro de Macapá, no ano passado. A Polícia Civil chegou a cumprir ontem (8), na residência dele, um mandado de busca e apreensão e uma arma foi encontrada.

Segundo o inquérito conduzido pela 6ª Delegacia de Polícia, por volta das 23h do dia 7 de outubro de 2018, o advogado Bruno Manoel Mendes Gonçalves, de 35 anos, trafegava com o carro pela avenida General Gurjão quando decidiu fazer um giro de 180 graus.

Na manobra, o veículo esbarrou em uma pedestre de 33 anos. Ela não chegou a ficar ferida, mas o episódio deu início a um bate-boca.

Testemunhas afirmaram na polícia que, durante a confusão, o advogado desceu do carro segurando uma arma de fogo. Ele teria apontado para várias pessoas e feito ameaças. Um vídeo feito por uma das testemunhas foi anexado ao inquérito.

Duas vítimas e três testemunhas procuraram a delegacia de polícia para registrar queixa. Em depoimento, o advogado negou as acusações.

“Ele alegou que a arma utilizada no vídeo é uma arma de airsoft, uma arma de ar comprimido”, explicou o delegado Leandro Leite, que conduziu as investigações. No entanto, o advogado não apresentou a suposta arma de brinquedo.

Durante as investigações, a 6ª DP descobriu que havia uma pistola de verdade registrada em nome do advogado Bruno Gonçalves, no sistema da Polícia Federal.

“Mas o registro dele é apenas de posse, e não de porte”, ressaltou o delegado.

Arma apreendida na casa do advogado

Na posse, a arma precisa ficar armazenada na residência. O advogado chegou a fazer o pedido para portar a pistola, mas a solicitação foi indeferida pela Polícia Federal.

Reincidência

A Polícia Civil também descobriu que não foi a primeira vez que o advogado se envolveu em uma confusão parecida. Em setembro de 2018, Bruno Gonçalves se meteu em uma briga de bar na avenida FAB, também no Centro.

Nesse episódio anterior, ele também teria sacado uma arma de fogo e apontado para a pessoa com quem batia boca. Amigos pediram que ele desistisse da ideia de atirar, informou o delegado Leandro Leite.

Durante o cumprimento do mandado expedido pela 4ª Vara Criminal de Macapá, no bairro Renascer, na zona norte de Macapá, os policiais encontraram uma pistola, carregadores e munição na casa dele.

Bruno Gonçalves foi indiciado por porte ilegal de arma (2 a 4 anos de prisão), injúria (até 6 meses) e ameaça (até 6 meses).

Advogado diz que agiu em legítima defesa

O que diz o advogado

Procurado pelo Portal SelesNafes.Com, o advogado disse desconhecer o indiciamento, e estranhar o fato de um inquérito criminal ter sido aberto.

“Foi legítima defesa. (…) Na época, a justiça apreciou esse caso, e houve uma transação penal”, informou. Transação penal é uma prerrogativa que réus primários possuem, permitindo que possam cumprir medidas alternativas em vez de uma condenação.

“Ela (mulher na confusão) não ficou satisfeita com a transação penal e procurou a polícia”, acrescentou.

O advogado afirmou que a arma de air soft estava em sua residência no dia do cumprimento do mandado de busca.

“Mas a polícia não queria ela. Queria a minha pistola (…) Vou apresentá-la à justiça durante o processo ”, concluiu.

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