Por SELES NAFES
O ex-senador João Capiberibe (PSB) não perdeu a chance de torpedear o desembargador Manoel Brito, alvo da Operação Serviço Sério, da Polícia Federal, nesta quarta-feira (10). O ex-parlamentar lembrou no Twitter, e num blog ligado ao PSB, que foi Brito quem comandou as eleições do ano passado, quando ele e Janete Capiberibe não conseguiram ser eleitos. O casal Capiberibe culpa a justiça eleitoral do Amapá pela derrota nas urnas.
Um dia antes da eleição, o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá, sob o comando de Manoel Brito, determinou que os votos do casal fossem considerados nulos, e que não aparecessem no sistema de totalização no domingo de votação.
O imbróglio foi causado pela saída do PT da chapa com o PSB, o que para o Ministério Público Eleitoral e o TRE inviabilizavam as candidaturas do casal Capiberibe. O PT teve o registro partidário suspenso por reprovação das contas.
No domingo da eleição, já no momento da totalização, uma liminar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que os votos fossem computados e o candidato a vice fosse trocado. O então senador que era candidato a governador, e a então deputada federal que era candidata à senadora, não conseguiram os votos necessários.
Capiberibe chegou a passar para o segundo turno, mas foi derrotado por Waldez Góes (PDT). Janete perdeu a segunda vaga para Lucas Barreto (PSD). Ambos atribuem o resultado ao desgaste e ao clima de incerteza gerado entre o eleitorado do PSB.
“O desembargador Manoel Brito, que teve seu gabinete no Tjap vasculhado pela PF, é o mesmo que presidiu o TRE-AP nas eleições do ano passado. Vocês lembram o que aconteceu? Ele simplesmente comandou a anulação dos meus votos, mudando o resultado da eleição.
Num dos tweets, Capiberibe diz: “ah, se fosse só o Manelão”. Nessa postagem, ele diz que uma das decisões que está sob investigação foi a mesma que permitiu que o ex-deputado Michel JK assumisse a presidência do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Condenado na Operação Eclésia, Michel JK assumiu a presidência da corte de contas amparado por uma decisão de Manoel Brito que derrubou uma liminar anterior.
Manoel Brito teve o apartamento e o gabinete no Tjap vasculhados pela Polícia Federal, numa investigação conduzida pela vice-procuradoria geral do MPF, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O magistrado é suspeito de vender decisões. A defesa nega as acusações, e atribuiu a operação a “manobras maliciosas”.
O celular dele foi apreendido, além de documentos no gabinete no Tjap. Um servidor do Ministério Público também teve um computador levado. Ontem, o Portal SN revelou que foi um processo disciplinar contra esse servidor, e uma denúncia de um empresário do Macapá Hotel, que geraram a denúncia contra Manoel Brito.