Por RODRIGO INDINHO
Com o olhar fixado em um grupo de jabutis, Elielson Farias, de 13 anos, segura forte no corrimão de madeira para não perder nada de um momento tão aguardado. Caminhando sobre próteses e na companhia de amigos, ele avista a bela paisagem nunca vista e se deslumbra: “É tudo muito lindo”, diz ele, com um leve sorriso.
O mesmo cenário serve de encantamento para diversas crianças do município de Pedra Branca do Amapari, a 183 quilômetros de Macapá, que no início da tarde desta sexta-feira (26) conheceram pela primeira vez o tradicional Museu Sacaca.
Com os pais trabalhando todos os dias, Elielson não tem oportunidade de vir constantemente até a capital, muito menos de conhecer pontos turísticos. Aluno do 5° ano da escola São Pedro, o garoto que nasceu com má formação nas pernas, era só empolgação e aproveitou para aprender.
“Estou animado porque vim conhecer o museu. Achei massa esse barco e esses jabutis. Aqui é muito bacana de passear. Vejo que com esse projeto a gente aprende e se diverte muito. O bom é que não há discriminação e sim inclusão. Me sinto privilegiado e feliz”, empolgou-se.
Outro estudante que estava super empolgado era Kevem Pereira, de 8 anos. O sorridente menino estava ansioso para, pela primeira vez, tomar banho de piscina. A ação também fez parte da programação.
“O que mais me impressionou foi a paisagem e os animais que são bonitos. Eu nunca tinha vindo ao museu e fiquei encantado. Estou muito feliz porque nunca tomei banho de piscina e vou tomar hoje. Pretendo voltar mais vezes”, disse esperançoso.
Os dois garotos estiveram participando do encerramento da 3ª Colônia de Férias dos alunos das escolas públicas de Pedra Branca do Amapari, em Macapá, com visita ao Museu Sacaca e parque aquático.
Segundo a secretária de educação de Pedra Branca, Richelly Costa, através dos projetos “Brincando com o Esporte” e “Ritmo de Férias”, foi ofertado para mais de 250 alunos do 1° ao 5° ano de cinco escolas do município, atividades lúdicas, esportivas, musicais e oficina de percussão ministrada pelo percussionista nacional, Paulo Ricardo, mais conhecido como Cara de Cobra.
“Mês de julho é de férias escolares, os pais continuam a trabalhar e essas crianças iriam fazer o que? Então nos preocupamos e separamos duas semanas para eles terem atividades e momentos de socialização. Ensinamos desde criança elas a ter o lado respeitador, caráter, humildade e outros fatores essenciais. Logo iremos levar o projeto para escolas rurais do município”, comentou Richelly.
Para o deslocamento, 50 profissionais capacitados das áreas da saúde, segurança e educação estão acompanhando as crianças durante todo o percurso de viagem em Macapá.