Emoção: Cinzas de Tom Sobral são lançadas no Monte Tabor

Cinzas foram lançadas nos morros da comunidade, e também adubaram um pinheiro em local sagrado para Tom Sobral. Comunidade vai continuar, diz família
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Por SELES NAFES

Numa cerimônia carregada de emoção que reuniu cerca de 400 pessoas, parentes, amigos e pacientes realizaram um dos últimos desejos do psicólogo Tom Sobral: ter as cinzas lançadas nos morros do Monte Tabor, comunidade terapêutica no KM-60 da BR-210, na zona rural de Macapá.

A cerimônia ocorreu no último sábado (20), mas apenas agora um dos vídeos foi divulgado. Tom Sobral morreu no último dia 18, aos 68 anos, vítima de câncer. O velório foi realizado na Câmara de Vereadores de Macapá, e a cremação ocorreu numa pequena cerimônia reservada à família e amigos.

No sábado, as cinzas foram levadas para o Monte Tabor, onde parentes foram surpreendidos por uma programação surpresa em homenagem ao fundador da comunidade, que trabalha na recuperação de dependentes químicos.

Houve cânticos, testemunhos, orações e o momento mais aguardado. Ao contrário de outras cerimônias semelhantes, neste caso, amigos e pacientes também puderam pegar um pouco das cinzas e lançar nos morros do Monte Tabor, ao som de cânticos cristãos. É como se fossem dezenas de pequenas homenagens particulares com muito simbolismo e lembranças.

“Eu queria que o meu pai estivesse ali, vendo toda a honra e homenagem prestada a ele. Foi um dia muito bonito. Não saí com tristeza, saí com saudade porque lembrei muito dele ali. Saí com um sentimento de gratidão”, relata o advogado Israelton Sobral, um dos 13 filhos de Tom.

Tom Sobral tratou mais de 10 mil pessoas em 28 anos de Monte Tambor. Foto: Reprodução

Memorial

Uma parte das cinzas foi usada para adubar um pequeno pinheiro plantado como uma espécie de memorial, exatamente num dos lugares preferidos de Tom Sobral para fazer suas orações.

Em 28 anos, a estimativa é de que mais de 10 mil pessoas tenham passado pelo Monte Tabor. A maioria conseguiu se livrar das drogas e álcool e reconstruiu a vida. O trabalho não tem apoio do poder público, mas vai continuar.

“As pessoas diziam que agora é comigo. Então vamos levar o Monte Tabor adiante, e tentar realizar os sonhos que meu pai não conseguiu”, adiantou ele.

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