Por SELES NAFES
A Justiça do Pará aceitou, provisoriamente, o pedido de recuperação judicial do Grupo Jari, empresa em atividade há mais de 50 anos na divisa com o Amapá. Em jogo, estão os empregos de quase 3 mil trabalhadores diretos e indiretos que movimentam a economia do Vale do Jari.
Com a recuperação judicial, que permitirá o congelamento de dívidas e juros, a empresa afirma quer evitar a falência e garantir os empregos, além da retomada integral da produção.
A decisão de aceitar a recuperação judicial foi da juíza Rafaella Moreira Kurashima, da Comarca de Almeirim (PA). Na sentença, ela citou justamente a situação dos trabalhadores.
São mais de 700 funcionários diretos e mais de 2 mil atuando em prestadoras de serviços. A maioria mora em Laranjal e Vitória do Jari, por isso, o impacto econômico e social é maior na região sul do Amapá.
“Diversos são os princípios que devem ser observados ao se deferir a recuperação judicial em favor de uma empresa devedora, podendo relacionar o da função social da empresa, o da preservação da empresa e o da dignidade da pessoa humana”, comentou a magistrada.
Ela deu prazo de 60 dias para que o grupo apresente a proposta de recuperação.
Em 2000, a Jari Celulose foi vendida para o grupo Orsa, que em 2011 contraiu um empréstimo de R$ 600 milhões com o BNDES. A empresa já tentou renegociar a dívida, mas não conseguiu.
Foto de capa: Gesiel Oliveira