Da REDAÇÃO
O Ministério Público do Amapá apoia a iniciativa da Marinha do Brasil de ampliação do Canal da Barra Norte, trecho que compreende a costa amapaense e de outros estados amazônicos, mas quer que isto ocorra sem prejuízos ao meio ambiente.
O Amapá, junto com os estados do Maranhão, Roraima, Amazonas e Pará, compreende a Barra Norte, onde a incidência de lama fluida é constante. A Marinha do Brasil iniciou, em 2017, um estudo para monitorar a área e buscar alternativas para que a lama seja benéfica para a navegação sem prejuízos ambientais e materiais.
A lama fluida é consequência dos sedimentos do rio Amazonas, faz parte do ecossistema local e é influenciado pelo movimento das marés e translado de embarcações de grande porte, o que pode facilitar ou dificultar a passagem de navios de cargas.
Atualmente, como consequência da movimentação da lama, o calado dos navios são limitados a 11,7 metros, o que impede a passagem de embarcações com cargas maiores e reduz a velocidade.
De acordo com especialistas, o aumento de centímetros de calados significa o acréscimo de 50% de transporte de carga nos navios que navegam na costa do Amapá, o que traria benefícios econômicos por ser este trecho da Barra Norte, o principal ponto de escoamento da produção do Brasil com a Europa e Estados Unidos.
O assunto foi discutido por especialistas, autoridades marítimas, parlamentares, práticos, promotores e estudiosos durante o “Seminário Sobre Aspectos Gerais da Navegação em lama Fluida e sua Aplicabilidade no Arco Lamoso da Região da Barra Norte do rio Amazonas”, realizado pela Marinha do Brasil, em Macapá.
O seminário reuniu estudos, pesquisas e experiências com o objetivo de indicar alternativas para que a lama deixe de ser considerada um problema e se torne potencial econômico, assim como ocorre em outros países.
A procuradora-geral de Justiça, Ivana Cei, e os procuradores Nicolau Eládio e Judite Teles, estiveram presentes no evento.
“Queremos o desenvolvimento econômico, e as pesquisas apresentadas informam que há possibilidade da lama ser tratada, e se melhor estudada e conhecida, maiores são as chances de, em vez de problemas, ser solução. É importante ressaltar que todos os experimentos não podem se chocar com o meio ambiente, a lama não pode ser retirada e jogada fora, mas pode ser cuidada e transformada em benefício, sem que haja prejuízos ecológicos nem abusos”, disse a procuradora geral de Justiça, Ivana Cei.
Foto de capa: Grupo Abap Amapá