Por KEILA MONARD PAIVA
Em 1950 chegava a Macapá uma família de paraenses vindos de Bragança (PA), de onde um pequeno garoto saiu para escrever uma das mais importantes páginas da história esportiva deste rincão Tucuju.
O comerciante Barbosa Paiva, meu avô, veio para o recém-formado Território Federal do Amapá – criado em 13 de setembro de 1943, desmembrado do Pará – atrás da promessa de grandes oportunidades que se criariam com a exploração das jazidas de manganês e os negócios da Icomi.
Do casamento de Barbosa com Francisca Araújo, a dona Santinha, minha avó, nasceram 8 filhos. Entre eles, Benedito Célio de Araújo Paiva, que nasceu na cidade de Bragança, no mesmo ano em que o TF do Amapá foi criado. Em 21 de agosto daquele ano, exatamente há 76 anos, os caminhos de Célio Paiva e do Amapá começavam a se cruzar.
Já em Macapá, ele se tornou um exímio desportista, muito regular nas modalidades Vôlei e Basquete, onde chegou a atuar como profissional. Mas foi no futebol que o zagueiro artilheiro Célio Paiva brilhou e conquistou prestígio entre os maiores craques do Amapá, nos anos 60 e 70 – época de ouro do futebol amapaense.
Começou a jogar na tradicional Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, no bairro do Trem, na zona sul de Macapá, ao lado de companheiros que se consagrariam anos mais tarde, como Almeidinha, Ronaldo Maia, Jurandir Freitas, Hermenegildo Lima, Ofir Alfaia, Moacir Mussuin, entre outros. O time era o Palmeirinha, que foi tri-campeão no ano de 1956.
Célio Paiva também jogou no Macapá e no Junventus (foto de capa), a partir do ano 1961. Seguro e com muito vigor físico no sistema defensivo, ele chegou a ser convocado diversas vezes para a Seleção Amapaense de Futebol, que fez jogos memoráveis no Glicério de Souza Marques, o Gigantão da Favela, como era conhecido o estádio do Centro de Macapá.
O brilhantismo do seu futebol no Amapá lhe levou novamente ao Pará, onde jogou no Paysandu, em 1966, e também conheceu Diana Monard, minha mãe, com quem casou em 26 de janeiro de 1972, à época já de volta a Macapá. Eles tiveram quatro filhos, Kalinka, Kellen, Keila e Kilson, e hoje comemoram ao lado de cinco netos, Karen, Felipe, Augusto, Alan e Laís, e o bisneto Caio, todos xodós do Célio.
Já como funcionário público, concursado do Governo Federal, administrador, técnico em contabilidade, trabalhou na extinta Companhia de Desenvolvimento do Amapá (Codeasa) e Ibama, por onde se aposentou. Atualmente reside na capital paraense, Belém.
Assim como na história de meu pai, meus caminhos também me trouxeram ao Amapá, onde pude conhecer os antigos amigos dele, que confirmaram cada história daquelas que ele nos contava com brilho nos olhos quando estava dentro do gramado do Glicério de Souza Marques, palco onde Célio Paiva brilhou e ajudou a escrever páginas do esporte no Amapá.
Assim como o TF do Amapá, meu pai comemora, em 2019, 76 anos. São décadas de orgulho que ele dá à nossa família e amigos. Por isto, hoje, no seu aniversário, nesta pequena biografia-surpresa, só gostaria de dizer o quanto nos orgulhamos e o amamos.
Feliz aniversário, Célio Paiva, amado pai! O que você fez dentro e fora de campo ecoará em nossos corações para sempre.
Uma homenagem da sua filha, Keila Francisca Monard Paiva.