Por RODRIGO ÍNDIO
Desocupado desde abril de 2019, o prédio do Macapá Hotel hoje é o retrato da decadência. Quem passa pelo local que um dia foi símbolo amapaense logo tem a impressão de que tudo pode desmoronar a qualquer momento.
A calçada está repleta de papelões, a área interna coberta por mato e lixo, a piscina está com a água escura e a lanchonete depredada. As paredes estão com rachaduras e limo, já as janelas encontram-se danificadas; outras, nunca mais foram abertas para ventilar os cômodos que já acolheram diversas personalidades.
Quem faz a segurança do prédio é um vigilante de uma empresa terceirizada, mas os usuários de drogas parecem não se importar. Não se intimidam e invadem o espaço para apanhar manga e fazer necessidades.
Quem já viu o local movimentado ou já o frequentou deve se perguntar, o que motivou o Macapá Hotel a se tornar um elefante branco no principal cartão postal da cidade?
O estabelecimento vinha sendo explorado de forma irregular desde 2008. Em 2011, ele foi repassado, também sem processo legal, para outro empresário que sublocou o espaço para parque de diversões, restaurante, estacionamento e eventos. Entre 1998 e em 2008, também não houve pagamento de alugueis.
Depois de duas audiências de conciliação, os representantes da empresa C. F. de Queiroz Ltda ganharam o prazo para desocupar, em definitivo, o prédio do Macapá Hotel no dia 11 de abril. A ação de reintegração de posse foi movida pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) junto ao Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap).
A estrutura, que fica na orla da capital, pertence ao governo do Amapá que ainda chegou a anunciar que instalaria órgãos públicos no local para economizar até R$ 250 mil por mês com alugueis, o que até o momento aconteceu.
O que diz o GEA
A reportagem conseguiu contato com o Governo do Estado do Amapá, que informou quais providências está tomando sobre a situação do prédio. O Estado comunicou que as secretarias de Cultura, Turismo e Empreendedorismo deverão ocupar o espaço e que, ainda no segundo semestre deste ano, deverá ocorrer uma chamada pública para a iniciativa privada ocupar o espaço. A ideia é trazer uma grande rede de hotéis para explorar o Macapá Hotel.
O vice-governador, Jaime Nunes, falou também ao Portal SN que irá determinar a limpeza do local nos próximos dias.