Por SELES NAFES
As prisões no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a intervenção federal no órgão atingiram em cheio a manutenção do trecho urbano da BR-210, na zona norte de Macapá. Além do mato alto, que atrapalha a visão de pedestres e motoristas, boa parte do trecho está sem iluminação pública. O sistema em lâmpadas de LED custou R$ 15 milhões.
O trecho urbano, que foi duplicado, fica entre o KM-0, no Jardim Felicidade, e o KM-9, antes do posto de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal. As duas pistas passam por bairros como o Boné Azul, Infraero II, Açaí, Brasil Novo, Macapaba e Amazonas, além de residenciais.
Ao longo de vários quilômetros, o mato obstrui as galerias do sistema de drenagem da rodovia. E não só isso. Atrapalha a visão de pedestres que usam a faixa em frente ao bairro Amazonas, e de motoristas ao chegar na rotatória do KM-9.
No trecho próximo ao bairro Amazonas, por cerca de 2 km, nenhuma luminária está funcionando. A rede, em lâmpadas de LED, foi inaugurada no primeiro semestre do ano passado pelo Dnit e custou cerca de R$ 15 milhões de emenda do deputado Vinícius Gurgel (PL), parlamentar que comandava as nomeações no departamento durante os governos Dilma e Temer. As lâmpadas têm vida útil de cinco anos.
Em março, antes da operação Pedágio e da prisão do então superintendente Odnaldo de Jesus e do ex, Fábio Vilarinho, a direção nacional do Dnit tinha designado o analista de infraestrutura José Rodolfo Morais para “substituir o superintendente regional (…) nos afastamentos e impedimentos legais ou eventuais”.
No dia seguinte às prisões, que ocorreram no dia 27 de junho, o Ministério dos Transportes publicou portaria no Diário Oficial da União transferindo para o Pará as atribuições do Dnit do Amapá.
Nesta sexta-feira (30), o Portal SN não conseguiu contato com o superintendente substituto, e nem com a superintendência no Pará.
Esta semana, o juiz federal José Fleury Neto, da 1ª Vara Federal de Macapá, negou, mais uma vez, a liberdade provisória para os ex-superintendentes do Dnit acusados de cobrar propinas de empresas para agilizar pagamentos.
Eles também são acusados de atestar obras não realizadas de manutenção da BR-210, entre os municípios de Porto Grande e Pedra Branca do Amapari. O magistrado mandou os autos do processo para o Tribunal Regional Federal 1ª Região (TRF1), que vai analisar outros pedidos da defesa.
Na operação Pedágio, foram bloqueados R$ 22 milhões em patrimônio dos investigadores, foram apreendidos carros de luxo e R$ 60 mil em dinheiro.