Cacique waiãpi morreu afogado, aponta laudo da Politec

A aldeia onde Emyra Waiãpi morreu fica localizada na parte do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque que fica dentro do município de Pedra Branca do Amapari, a 130 km de Macapá.
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Da REDAÇÃO

Laudo da Polícia Técnico-Científica (Politec) aponta que o cacique Emyra Waiãpi, líder da aldeia Karapijoty, no centro-este amapaense, morreu por afogamento. O resultado foi divulgado nesta manhã de quinta-feira (16) pela Polícia Federal (PF), e a informação partiu diretamente da superintendência de Brasília.

A aldeia é localizada na parte do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque que fica dentro do município de Pedra Branca do Amapari, a 130 km de Macapá.

O corpo do Emyra, enterrado na aldeia, havia sido exumado no último dia 2, após dias de polêmica em torno na sua morte. Segundo os waiãpi, ele teria sido assassinado por invasores garimpeiros. No entanto, a PF não confirmou a invasão.

Segundo a PF, o laudo assinado por dois médicos legistas da Politec estimou que a morte ocorreu entre os dias 21 e 23 de julho último. A necropsia não encontrou lesões de origem traumática que pudessem ter ocasionado a morte da liderança indígena, afirmou a PF.

O exame do tórax não evidenciou a existência de lesões penetrantes, descartando que a liderança teria sido morta a facadas.

“Ao realizar o exame interno, o laudo indica que a ferida encontrada na cabeça de Emyra Waiãpi, tratava-se de lesão superficial, que não atingiu planos profundos, e que não houve fraturas. Não foram encontradas, ainda, na região do pescoço, lesões traumáticas ou sulcos evidenciáveis de enforcamento”, traz a nota divulgada pela PF.

Forças de segurança estaduais e federais em aldeia Waiãpi dias depois da morte do cacique. Foto: Arquivo SN

O Laudo conclui que o conjunto de sinais apresentados no exame, corroborado com a ausência de outras lesões com potencial de causar a morte, sugere fortemente a ocorrência de afogamento como causa da morte de Emyra Waiãpi.

A PF anunciou que ainda aguarda o laudo complementar toxicológico, com previsão de ser entregue em 30 dias, que tratará das amostras retiradas dos órgãos internos, encaminhadas ao Laboratório de Toxicologia Forense.

O laudo contradiz o que informou o comando da Polícia Militar do Amapá dias depois do anúncio da suposta invasão por parte de indígenas. A PM chegou a enviar policiais do Bope para o local, e disse que o índio havia sido emasculado, ou seja, que teve retirado o órgão genital. Além disso, o corpo apresentava perfurações.

A suposta invasão de terras indígenas continua sendo alvo de investigação federal. 

Seles Nafes
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