De novo: médico esquece gaze dentro de paciente de 15 anos

Paciente de 15 anos sentia fortes dores depois da cirurgia
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Por SELES NAFES

Parece notícia repetida, mas não é. Um médico de 39 anos foi indiciado, nesta segunda-feira (5), num inquérito policial que apurou o esquecimento de uma gaze dentro de um paciente durante uma cirurgia no Hospital de Emergência de Macapá há cerca de cinco meses. A vítima é um adolescente de 15 anos.

O cirurgião vai responder por lesão corporal culposa majorada pela inobservância de regra técnica da profissão, o que pode gerar pena de até um 1 ano de prisão. No entanto, por ser primário, a condenação poderá ser substituída pela chamada “transação penal”, onde o pagamento de cestas básicas e de trabalho comunitário substituem a condenação.

A cirurgia de apendicite ocorreu em março, e o menino recebeu alta.

“Depois de 30 dias ele começou a ir para escola, mas quando ficava sentado sentia dores. Depois de uma nova avaliação, dois médicos receitaram antibióticos, ou seja, só mascararam o verdadeiro problema”, lembra a avó o paciente, Raimunda Áurea Brito de Lima.

Mas o sofrimento continuou. Exatos 66 dias depois da cirurgia, o paciente percebeu que um pedaço de tecido estava sendo expelido pelo organismo no local da cirurgia. Ele foi levado ao HE, onde o mesmo médico teve dificuldades para retirar o material.

Foi necessário levar o menino para o centro cirúrgico, onde foi retirada uma boa quantidade de gaze. Depois disso, a família procurou a polícia, e o caso foi apurado pela 6ª DP.

“Foi o terceiro caso este ano”, lembrou o delegado Leandro Leite, referindo-se a outros episódios investigados. O mais recente ocorreu em julho, com uma servidora pública de Calçoene que foi operada na Maternidade Mãe Luzia.

Menino foi levado para o centro cirúrgico para novo procedimento. Fotos: PC/Divulgação

“(…) O esquecimento de um corpo estranho no organismo de uma pessoa pode gerar consequências nefastas, inclusive a morte, e nós não podemos aceitar isso como algo normal”, concluiu.  

A Polícia Civil preferiu não divulgar no nome do médico, mas o Portal SN apurou que se trata de um cirurgião-geral que estava acompanhado de outros dois médicos residentes. Eles também prestaram depoimento, mas apenas o cirurgião, por ser o responsável pela equipe, foi indiciado.

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