Por SELES NAFES
Mais de um ano depois da condenação em última instância, o empresário Carlos Humberto Montenegro, ex-proprietário da empresa de vigilância Serpol, foi preso na noite desta quinta-feira (22) por policiais do Distrito Federal com apoio da Polícia Civil do Amapá. A prisão ocorreu no trânsito do Centro de Belém (PA).
O empresário está condenado a 13 anos, em regime fechado, pelo homicídio da modelo Patrícia Melo, na época com 22 anos, em um hotel de luxo em Brasília (DF). O crime ocorreu na manhã de 7 de janeiro de 2005. A modelo teve morte instantânea após a queda de 43 metros do 14º andar do Hotel Grand Bitar.
Os dois estavam hospedados no mesmo apartamento, e a justiça concluiu que ela foi jogada para a morte depois de se recusar a ter relações com o empresário. A defesa nega, e sustentou durante o processo que ela se matou por estar em depressão.
“O denunciado, contudo, descontente com a recusa, mas insistindo no propósito de tê-la a qualquer custo, houve por bem em trazê-la para Brasília, com o propósito dissimulado, vindo ambos a se hospedar no mesmo quarto, num hotel de luxo da capital. Ocorre, porém, que, como a vítima não cedeu ao assédio, recusando-se a com ele permanecer na cidade (não tinha completado nem 24 horas em Brasília), o denunciado, em revide, a lançou do alto do 14º andar do prédio, pela sacada do quarto abaixo”, diz denúncia do Ministério Público.
A condenação de homicídio por motivo torpe foi confirmada em último grau. Um vídeo gravado pela Polícia Civil do DF, e divulgado pelo site Metrópoles, mostra o momento da chegada do empresário, de 59 anos, numa delegacia de Belém.
Em setembro do ano passado, um juiz do Distrito Federal determinou o início do cumprimento da sentença, mas a defesa conseguiu suspender a ordem recorrendo ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A Polícia Civil do Amapá estava ajudando a descobrir o paradeiro do empresário, que já era considerado foragido. Policiais amapaenses estavam monitorando endereços ligados a ele em Macapá, Salinópolis e Belém. A prisão foi feita na capital do Pará por policiais do Distrito Federal, avisados sobre a localização do empresário por policiais civis do Amapá.
Com essas informações, os agentes fizeram campana e aguardaram o momento em que o empresário deixava o edifício onde mora. Montenegro estava dirigindo quando foi abordado na Avenida Independência, e recebeu voz de prisão. Na delegacia, ele se declarou mais uma vez inocente.
Em novembro passado, a Justiça do Distrito Federal acatou o pedido para que ele cumpra a pena em Belém para estar mais perto de parentes.