Por SELES NAFES
Equipes da Polícia Federal e da Secretaria de Segurança Pública do Amapá sobrevoaram as terras Waiãpi, na região oeste do Amapá, e relataram não ter avistado sinais de ocupação garimpeira na região. O sobrevoo foi no último sábado (3), mas o resultado só foi divulgado nesta segunda (5) pelo Ministério Público Federal (MPF).
As equipes foram acompanhar a exumação do corpo do cacique Erymã Waiãpi, de 62 anos, morto supostamente por garimpeiros durante uma possível invasão, segundo lideranças Waiãpi.
Na semana passada, no entanto, a PM afirmou que o crime teve requintes de crueldade, já que o órgão sexual do índio foi retirado.
O MPF informou que a procuradora da República Lígia Cireno aguarda relatório da PF e o laudo da necropsia pela Polícia Técnico-Científica do Amapá (Politec), que só deve ser entregue em 30 dias.
O sobrevoo aconteceu um dia depois de o MPF ouvir oficialmente o relato de lideranças Waiãpi. Eles voltaram a afirmar que garimpeiros estão invadindo a região, próxima ao município de Pedra Branca do Amapari, e responsabilizaram os invasores à morte do cacique.
Além da investigação criminal, um inquérito cível apura responsabilidades.
“(…) Informações de interesse serão compartilhadas a fim de tornar a condução das investigações mais eficiente. O compromisso da instituição, com as populações indígenas e com a sociedade, é o de esclarecer o que de fato ocorreu na TI Wajãpi e adotar as providências cabíveis”, garantiu o MPF em nota à imprensa.
Foto de capa: Olho de Boto